Título da redação:

Descrença e fadiga

Proposta: A relação entre as crises brasileiras e a consciência política na sociedade

Redação enviada em 22/08/2017

No Brasil, assim como em outros países em crise, vem vigorando um processo de descontentamento político danoso à democracia. Anterior a isso, jornais internacionais e nacionais enfatizavam, principalmente em 2013, o ativismo brasileiro em manifestações contrárias ás ações políticas ou a falta delas. Contudo, os inúmeros casos de corrupção trouxeram à população, além da desconfiança política, a exaustão. Primeiramente, é necessário analisar a existência e a origem dessa consciência política. Isso se deu com a redução da pobreza e a ascensão da classe média que, ao adquirir uma melhor percepção de direitos, deveres e de suas contribuições no mercado, esperavam usufruir de serviços públicos de qualidade. Tais cobranças foram ainda disseminadas e serviram de faíscas na construção de ideologias espalhadas nas redes socias, atraindo jovens de todas idades e camadas descontentes não só com conservadorismo patriarcal e religioso existente, mas também com a negligência governamental quanto ao transporte e com a educação, causando uma polarização rígida e violenta. Devido esse engajamento civil na política, inúmeros pesquisadores se dedicaram a estudar os motivos dessa inserção e também o porquê de um movimento contrário no qual uma parcela da população tenta distanciar-se dessa questão. Lucas Cunha, pesquisador do Centro de Estudos Legislativos da UFMG, afirma que essa situação '' foi fruto de tensões políticas decorrentes de uma série de elementos sociais, conjunturas, econômicas e culturais'', ou seja, os casos revelados pela Lava Jato, o aumento da violência, a intrínseca presença da inflação no cotidiano e, principalmente, a falta de compromisso dos governantes na resolução desses mesmos problemas causou descrença e fadiga em boa parte dos brasileiros quanto a participação política. Torna-se evidente, portanto, movimentos paralelos e opostos na realização do fazer político. Por isso, é necessária atuação de setores privados que , filados a grandes e pequenas mídias, subsidiem projetos capazes de aproximar o público do Estado, como a criação de aplicativos com informações e dúvidas tiradas de forma simples e coerente, incentivando debates com ideias plurais e inclusivas. Ademais, a escola, juntamente com a família, deve preparar jovens para os desafios do cotidiano político com palestras e matérias escolares ministradas por especialistas da área, evitando problemas a longo prazo e esclarecendo o papel do todos na sociedade.