O contexto do Brasil atual é extremamente preocupante, porque as crises política, econômica, social, entre outras, formaram um emaranhado de problemas que, se não forem urgentemente superados, podem tornar-se permanentes. Principal fator que corrobora para o cenário é a falta de criticidade e consciência de grande parte da população. Assim, é preciso discutir a relação em questão e as possíveis soluções. Em primeiro lugar, é fato que as principais crises vigentes estão interligadas num ciclo contínuo: falta de ética e moral rege a vida dos políticos corruptos que, através do enriquecimento ilícito, deram origem à voraz crise econômica que abala o país. Essa, por sua vez, gera desemprego e aumenta a desigualdade social da população. Sob essa ótica, é pertinente considerar que o caótico cenário é causado por dois fatores: primeiramente, a má gestão de recursos públicos, já que, historicamente, sempre houve escasso investimento em educação por parte do governo. O segundo fator é a cultural falta de ética do brasileiro, que até nos pequenos atos — como furar fila, hábito que já não causa espanto ou reação qualquer — revela a corrupção cotidiana na vida dos cidadãos. Nesse sentido, resultado é a parcela acrítica da população que vota de forma inconsciente e inicia o perigoso ciclo novamente. Nessa perspectiva, a grande massa, além de ser vítima de uma minoria controladora, também não age de acordo com preceitos básicos da honestidade. Sob a filosofia de Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Dessa forma, a atual situação pode ser gradativamente atenuada e, à longo prazo, revertida, caso haja trabalho conjunto de toda a sociedade com o enfoque na educação. Portanto, cabe aos educadores das instituições de ensino, tanto públicas quanto privadas, participarem ativamente do desenvolvimento do caráter e da criticidade de seus alunos, incentivando, para tanto, o interesse por leitura e política. Por conseguinte, essa parcela da população deve votar conscientemente e reivindicar do governo os seus devidos direitos, através de protestos pacíficos. Nessa direção, os novos políticos eleitos têm o papel de atuar como servidores públicos honestos e trabalharem no sentido de atender as demandas e necessidades da população, como saúde e geração de renda. Tal medida inclui, também, a drástica diminuição da corrupção e, consequentemente, a disponibilização de recursos para investimento nos diversos setores em situação de crise no Brasil, incluindo em educação de qualidade. Assim, mais pessoas terão acesso à educação e ao consecutivo desenvolvimento de caráter e criticidade, reiniciando o ciclo que pode salvar o país. Somente dessa maneira haverá a possibilidade de se construir um futuro melhor para o Brasil.