Pouco tem se discutido, ultimamente, sobre a produção e destino do lixo no Brasil. Entretanto, esses resíduos quando não controlados trazem inúmeras consequências para o país, tais como a poluição ambiental e a escassez de recursos, renováveis ou não e, por isso, merecem atenção da população. O descaso por parte da sociedade é a causa de grande parte desses problemas e, em vista disso, cada cidadão brasileiro deve fazer sua parte, ou seja, reduzir ao máximo a produção de resíduos urbanos e descartá-los apropriadamente. Durante a Baixa Idade Média do século XIV a Europa experimentou uma das piores e mais terríveis consequências da falta de saneamento básico e descarte inapropriado de resíduos urbanos. A Peste Negra, como ficou conhecida, dizimou cerca de 1/3 da população européia e é causada por uma bactéria transmitida pela pulga do rato doméstico. Raramente casos de Peste Negra são relatados no Brasil, porém, o hábito de jogar lixo na rua, por exemplo, causa o entupimento de bueiros responsáveis pelo escoamento das águas da chuva, com isso, frequentes inundações urbanas colocam as pessoas em contato com a água contaminada, como consequência disso, o aparecimento de casos de Leptospirose, amebíases e outras doenças, além de prejuízos financeiros causados pelas inundações. Além disso, muitas vezes o lixo descartado inapropriadamente tem como destino os rios. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística) da quantidade total de água no planeta apenas 2% corresponde à água doce e, dessa forma, contaminar uma das principais fontes de água potável do Brasil se torna insustentável. A crise hídrica enfrentada pelo sudeste brasileiro em 2014 é reflexo, dentre outros fatores, da poluição das grandes bacias hidrográficas. Com isso, o cidadão comum se torna protagonista de seu próprio desastre. Fica claro, portanto, a grande responsabilidade social que a população carrega nessa problemática. Nesse sentido, conscientizar a sociedade acerca da produção e destino do lixo se torna de extrema importância. As universidades, por exemplo, ajudariam desenvolvendo projetos de extensão visando informar a população sobre as consequências da produção exacerbada e descarte inapropriado desses materiais. Obviamente o governo deve dar todo o suporte necessário para que isso ocorra, fornecendo, por exemplo, a coleta seletiva. Desta maneira, os impactos causados ao país serão, de toda forma, menores.