O mundo vivencia, atualmente, a teoria do desenvolvimento sustentável, que possibilita o crescimento econômico em consonância com a preservação do meio ambiente, com o intuito de não afetar negativamente as próximas gerações. Entretanto, é notório que, no Brasil, o descarte de resíduos urbanos, muitas vezes, não é realizado de forma sustentável. Isso ocorre devido ao incentivo histórico-cultural ao consumo, bem como por falta de medidas estatais efetivas no setor privado. É válido considerar, antes de tudo, os efeitos da Segunda Revolução Industrial no que se refere ao comportamento consumista. Nesse contexto, imperava o modelo fordista de produção em massa, com grande incentivo ao consumo e pequena preocupação acerca da geração de lixo. Embora ultrapassada, a mentalidade de baixa responsabilidade social do sistema produtivo, que marcou o século XX, ainda está presente na conduta dos brasileiros, caracterizada por compras excessivas e destinação inadequada de resíduos. Cabe apontar, ainda, o Estado como determinante na consolidação de responsabilidade social individual e coletiva. Nessa perspectiva, além de baixo investimento governamental em aterros sanitários, não ocorre efetivo estímulo à política dos 3Rs: redução, reutilização e reciclagem. Isso tem como consequência o regresso do cenário nacional no âmbito da sustentabilidade, assim como a falta de conscientização da população e do setor empresarial, gerando, assim, um ciclo vicioso de descarte incorreto de lixo e insuficiência nos incentivos a essa área. Fica evidente, portanto, que medidas são necessárias, a fim de atenuar a destinação incorreta e pouco responsável de resíduos. Para tanto, o Governo deve, por meio da mídia, incentivar as grandes empresas a promoverem a política da logística reversa, com o intuito de diminuir a quantidade de lixo urbano, além de prover coleta seletiva em grandes centros urbanos. Ademais, as escolas, em parceria com a família e a comunidade, precisam influenciar os estudantes, através de seminários, a realizarem descarte correto de rejeitos urbanos. Com isso, talvez, o Brasil seja uma nação referência em responsabilidade social e sustentabilidade.