Título da redação:

Imperativo categórico na prática.

Proposta: A relação entre a responsabilidade social e os resíduos urbanos no Brasil

Redação enviada em 29/09/2017

O aumento vertiginoso da produção de lixo é um fato que vai de encontro aos princípios da sustentabilidade ambiental, constituindo um problema para diversas nações. Esse fato começou a ocorrer com a Revolução Industrial, no século XIX, a qual foi responsável pelo surgimento de uma ideologia que estimula o consumismo e relega questões ambientais a último plano. Nesse contexto, a necessidade de mudar tal concepção faz com que países criem políticas públicas relacionadas aos materiais gerados. Dessa forma, a Lei Nacional dos Resíduos Sólidos, existente desde 2010 no Brasil, é um passo importante, mas ainda não é suficiente para sanar a problemática. Assim, é necessário que a ação governamental seja mais eficaz, abrangendo tanto a expansão das propostas já existentes, quanto a conscientização da sociedade. Segundo a ABRELPE, a Brasil é o 5º maior produtor de lixo do mundo. Esse dado torna-se ainda mais alarmante quando é exposto que cerca de 60% dos municípios não dão destino adequado aos resíduos - deficiência que engloba a persistência de lixões e a falta de coleta seletiva. Esses pontos, que de acordo com a lei supracitada, deveriam ter sido resolvidos até 2014, afetam negativamente as esferas ambientais, sanitárias e sociais, uma vez que depósitos a céu aberto contaminam o solo e os lençóis freáticos com chorume, além de servir como criadouro para vetores de doenças - degradando a qualidade de vida das pessoas que moram nos entornos dos lugares afetados. Destarte, a forma com que os cidadãos tratam o problema é algo importante a ser considerado. Nesse sentido, o filósofo Hans Jonas discorre, em seu imperativo categórico sobre assuntos ambientais, que deve-se agir de acordo com a vontade de que tal escolha torne-se universal. Assim, se estratégias forem criadas em prol do conhecimento dos malefícios trazidos pelas práticas de descarte inadequadas, novos hábitos poderão melhorar o cenário atual, que é desfavorável para toda a população. Portanto, o descaso relativo ao assunto só será superado pela ação conjunta do Governo e da sociedade. Para isso, os governos municipais devem estimular a reciclagem, criando um sistema de coleta vinculado ao setor público, que recolha o lixo de todos os bairros e o leve para centros especializados - da própria administração ou de ONGs -, que confiram destino adequado a ele, visando o reaproveitamento. Paralelamente, o Ministério da Educação deve promover feiras expositivas semestrais em escolas públicas e particulares, do ensino fundamental ao médio, ministradas por engenheiros ambientais e por profissionais da saúde, relativas à importância da separação dos materiais descartados e aos problemas que podem ser evitados com a proatividade social. Assim, o imperativo categórico será posto em prática, possibilitando a existência de um futuro sustentável.