O constante aumento do lixo urbano no Brasil já não é novidade para os que aqui vivem, porém, visando explicar a proporção do problema, é válido comparar isso à teoria Neo-Malthusiana, que relaciona o crescimento populacional com a quantidade de alimentos disponíveis, usando a matemática. Baseando-se nisso, já é possível afirmar que a população cresce em progressão aritmética, e em consequência, o lixo produzido por ela, em progressão geométrica. Estudos e estatísticas mostram que, em todo o país, entre os anos de 2003 e 2014, a população cresceu por volta de 6%, enquanto a quantidade de resíduos aumentou, em média, 29%. Isso deve-se ao fato de que, apesar de evidenciada a necessidade, as pessoas ainda tem dificuldades para reciclar seu lixo, e certamente isso ocorre por falta de estrutura em suas casas, falta de tempo, ou até mesmo poucos pontos de coleta. Vale ressaltar ainda que muitas vezes, em algumas metrópoles como a cidade do Rio de Janeiro, durante o recolhimento do lixo pela Prefeitura não há coleta seletiva entre resíduos orgânicos e recicláveis, tornando inútil e desmotivando a separação residencial. É importante lembrar que, além da produção e do acúmulo de lixo, vale se preocupar com a forma de descarte do mesmo, levando em consideração que, se houver queima, o índice de poluentes no ar pode levar a doenças graves e até a morte, e se for deixado sobre áreas de terra, é provável que haja infiltração de bactérias e protozoários do lixo no lençol freático, contaminando seriamente a água. Vale ressaltar ainda que, se esse lixo for colocado em aterros descampados, existe uma enorme chance de que, em períodos de chuva, haja acumulação de água que futuramente podem ser áreas de reprodução do mosquito Aedes Aegypt, principal transmissor e vetor dos vírus da Zika, Dengue, e Chikungunya. Hoje, já existem diversos programas para a diminuição do problema do lixo, porém, tomando como base a afirmação do filósofo Nietzsche, que diz que a consciência é a última e mais tardia evolução da vida, para que sejam ainda mais efetivados, é válido investir na instrução da população, e principalmente, passar confiança para ela, aumentando a fiscalização da coleta por parte das prefeituras das grandes e pequenas cidades, assim como a transparência do lixo orgânico que deve estar sendo devidamente descartado.