Basta um pequeno passeio por alguma grande cidade brasileira – como São Paulo - para observar diversas pessoas descartarem lixo em locais inadequados, como rios, lagos e ruas. Essa atitude tem consequências gravíssimas, como enchentes e poluição de água potável, o que preocupa as autoridades e os cientistas. Mas, por que as pessoas se comportar dessa maneira? Como o Governo pode influenciar na mudança desse comportamento? De acordo com cientistas comportamentais, como Skinner, há inúmeras variáveis controladores desse tipo de comportamento, sendo de extrema importância o aprendizado das “relações de causa e consequência”, a cultura, a pobreza e a desigualdade. Por exemplo, um indivíduo desfavorecido em relação aos outros por ser pobre, tende a emitir o comportamento denominado “contra controle”, como forma de “fugir” dos estímulos aversivos que a sociedade o apresenta. Contextualizando, a ação de jogar lixo na rua pode ser um exemplo de contra controle, expressando rebeldia e se desviando dos estímulos aversivos. A correlação entre cultura, pobreza e desigualdade com os resíduos urbanos fica mais nítida ao comparar a quantidade de lixo descartado inadequadamente em países que tem alto índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como a França e a Alemanha, com países de IDH não tão elevado, como Brasil e México. Assim, para solucionar esse problema, é necessário não somente que o governo invista em campanhas de conscientização, mas sim que invista, com o dinheiro obtido através dos impostos, em programas sociais que combatam a pobreza e a desigualdade, como o Bolsa Família e o Pronatec. Igualmente, é fundamental que o Governo forneça uma maior verba para as escolas de nível básico, para ser possível oferecer educação e auxílio de qualidade para as crianças e famílias mais desfavorecidas e assim construir um ambiente favorável a comportamentos adequados, com menos desigualdade, pobreza e mais conhecimento.