A reforma previdenciária pode ser definida como uma mudança na aposentadoria por tempo de contribuição. No Brasil, a situação ocorre por haver registro de um rombo crescente na previdência com altos gastos e o presente déficit do INSS. Para reverter a situação, foi proposto medidas de aumentar a idade mínima de aposentadoria para 65 anos, tanto aos homens, quanto às mulheres. No entanto, o que passa despercebido na situação é que as mulheres possuem dupla jornada de trabalho e os homens que utilizam a força de trabalho física, tendem a ter problemas de saúde mais cedo. A dupla jornada das mulheres é histórica, a partir da Revolução Industrial, no século XVIII, são submetidas a dois trabalhos distintos: o primeiro com carteira assinada, e mantem uma relação de proletariado e burguesia, e o segundo, em casa, cuidando dos filhos - Sendo esta um situação imposta pela sociedade e completamente machista, assim como a atual reforma, que ignora as diferenças presentes entre os gêneros, construídas historicamente e que vem sendo paulatinamente atenuadas com a luta das mulheres que estudam e trabalham em períodos diferentes a fim de alcançar a igualdade de salário entre ambos gêneros. Outrossim, destaca-se nesse ponto a transição demográfica, que identifica a geração de idosos como crescente, com isso, pode-se afirmar que a taxa de natalidade caiu e respectivamente, a expectativa de vida aumentou, adjacente à qualidade. Contudo, com as novas medidas da previdência, as pessoas passarão a trabalhar por mais tempo para receber 100% da aposentadoria, e isso, afetaria diretamente nos dados da geração idosa, visto que esta diminuiria. O maior empecilho da atual reforma é o tempo quantitativo que as pessoas aposentadas terão para aproveitar o benefício enquanto completamente saudáveis. Entende-se portanto, que a reforma previdenciária no Brasil seria importante, mas não da maneira como estão tratando o tema: ignorando classes sociais, gênero e as diversas formas de trabalho, como a agricultura, cujo trabalho físico é intenso. A fim de atenuar o problema, o Governo Federal deve ampliar o olhar para as diversas formas de trabalho existentes no País, além de realizar discussões em comunidades ou virtualmente a respeito das possíveis mudanças, e com as pessoas que serão afetadas. Dessa forma, teremos uma sociedade mais democrática e ciente das mudanças no País.