A reforma previdenciária no Brasil tem por objetivo fazer com que o trabalhador ocupe seu posto por mais tempo, passando a contribuir 49 anos para receber 100% de sua aposentadoria. Apesar de ser um projeto que diz pensar na diminuição da desigualdade econômica, ele causará ainda mais pobreza no país, visto que o tempo mínimo de contribuição penaliza os mais pobres e é um limite severo para um país em desenvolvimento. Sabe-se que grande parte das pessoas de classe economicamente desfavorecidas começa a trabalhar cedo, na tentativa de obter melhores condições de vida. No entanto, segundo o IBGE, 43,1% de toda a força de trabalho não têm carteira assinada. Torna-se claro, nesse sentido, que pelo número de empregos precários no país, a reforma prejudicaria a metade da população, que não poderia comprovar a idade de contribuição corretamente. Além disso, a idade mínima de 65 anos para receber o benefício representa uma medida difícil para o Brasil, dado que sua expectativa de vida é de 73 anos e que sua taxa de desemprego é a sétima maior no ranking mundial. Com isso, percebe-se que o projeto de reforma previdenciária é incoerente com a realidade do país. Fica evidente, portanto, que aumentar o tempo de contribuição no Brasil não garantirá um futuro igualitário, pois o país não apresenta estrutura organizada para tal proposta. Nesse sentido, faz-se necessário que o governo faça uma maior fiscalização dos trabalhadores informais, propondo uma multa maior para as pessoas que não assinarem a carteira de trabalho. Ademais, ele deveria investir na criação de empregos e renda, dando preferência a construções de setores que demandam de maior mão de obra. Só assim, o país cresceria sem maleficiar a população e amenizaria a vulnerabilidade social vivenciada pelos trabalhadores.