“A reforma da previdência é uma necessidade”, segundo Henrique Meirelles, ministro da fazenda. Esse discurso criou um grande debate acerca das transformações que podem ocorrer nas aposentadorias. Diante disso, é significativo que modificações sejam feitas para diminuir o rombo bilionário vigente, porém que seja mudada com transparência e que ampare o trabalhador. Dessa forma, é necessário analisar inicialmente essa temática para posteriormente apontar as suas soluções. Primeiramente, nota-se que não existe uma estimativa concreta sobre o real déficit previdenciário. Uma vez que institutos de pesquisas e o Governo Federal se divergem sobre os valores. Além do mais, levantamentos apontam que os maiores devedores são as grandes empresas, devido a essas não fazerem seus repasses ao INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). No entanto, essas dívidas não são cobradas em razão dessas corporações serem financiadoras de campanhas políticas. Por conta disso, fica evidente que é preciso tomar medidas que esclareça todo esse cenário para a população. Ademais, é importante salientar que o novo tempo integral de contribuição de 49 anos é um descaso ao trabalhador. Isso porque o contribuinte dificilmente atingirá esse estágio, seja por uma expectativa de vida diferente entre as regiões do País ou por problemas de saúde que obrigue a sua aposentadoria. Um exemplo que mostra que essa proposta é incabível ocorre no Japão, em que apesar de ser a nação que mais trabalha no mundo, o período máximo de contribuição é de 40 anos. Nesse sentido, fica claro que mudanças devem acontecer sem que resultem em prejuízos aos trabalhadores. Perante a esse contexto, urge a necessidade de resolver os dilemas que norteiam a reforma previdenciária no Brasil. Portanto, em um primeiro plano, é crucial que o Estado deixe claro para a sociedade todo o processo de mudanças, como promover uma auditoria na previdência, em que se levante o real rombo orçamentário e busque parcelar todas as dívidas das companhias inadimplentes com o INSS, somente depois divulgar todo o planejamento em canais televisivos para os cidadãos. Além disso, é primordial que o Ministério da Fazenda adote iniciativas que afetem pouco os contribuintes, como colocar o período de contribuição integral de 40 anos. Contudo, deve estabelecer a idade mínima de 58 anos para ambos os sexos receberem seus benefícios e passar para 72 anos de idade a aposentadoria compulsória. Com isso, pode-se, enfim, se ter um novo sistema previdenciário que seja aceito pela sociedade, pois como disse Michel Temer: “Se não fazer a reforma... Daqui a sete anos paralisamos o País”.