Título da redação:

O ladrão de sonhos

Tema de redação: A realidade do trabalho infantil no Brasil

Redação enviada em 21/02/2016

Com a promulgação da Constituição de 1934, sob o governo de Getúlio Vargas, estabeleceu-se a proibição do trabalho infantil. Contudo, no triste cenário real de pobreza numa população predominantemente rural da época, a nova regra se tornou “lei para inglês ver”. Com o passar dos anos, a realidade econômica brasileira obteve grandes avanços, não obstante, ainda se observa cerca de 5 milhões de crianças e adolescentes nestas condições. Em primeira instância, o fato a ser analisado reside na ligação entre pobreza e altos índices de trabalho infantil. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 43% dos jovens nesta situação estão na região nordeste, a qual apresenta o menor IDH (índice de desenvolvimento humano) do país. O pouco interesse histórico da indústria pela região, fez com que, após o Ciclo do Açúcar, o eixo Sudeste-Sul-Centro-Oeste agregasse a maior parte da riqueza da nação, fazendo com que a atenção do governo se voltasse para esses centros econômicos. Todavia, a exploração do serviço de crianças prolonga esta esfera de pobreza, pois se o jovem não possui acesso à educação, torna-se improvável que possa ascender socialmente. Isso causa um ciclo vicioso no qual só há um caminho a ser seguido, roubando de nossos pequenos o que impulsiona a transformação da humanidade: os sonhos. Em suma, infere-se que para a mudança deste lastimável quadro, constitui-se necessário o mapeamento de zonas onde ainda persiste o trabalho infantil para que haja intensa atuação governamental nestas áreas. O Estado, por meio de políticas públicas, deve ofertar ensino integral com foco profissionalizante aliado a projetos assistencialistas (como o bolsa família e distribuição de cestas básicas) para que se incentive a frequência escolar. Em junção a isso, deve fortalecer instituições como o Conselho Tutelar para que se aumente a fiscalização e punição destes casos. Ademais, a mídia deve adotar papel crítico frente ao problema e, por meio de campanhas publicitárias, conscientizar todo o país acerca desta realidade.