Durante a Revolução Industrial inglesa, o uso da mão-de-obra infantil atingiu seu auge. E até hoje, milhões de crianças são privadas de um dos seus direitos primordiais: uma infância adequada, o que afeta drasticamente seu desenvolvimento. O ECA, que reafirma a ilegalidade do trabalho infantil, o faz, porque, dentre outros motivos, os ambientes onde as crianças são exploradas não são ideais para proporcioná-las aprendizado e convívio com outras crianças, atividades necessárias para a formação do indivíduo intelectual e socialmente. Por causa da carga horária elevada, muitas são levadas a abandonar a escola, o que praticamente extingue as chances de um bom emprego, perpetuando assim o ciclo da pobreza. A violência nos locais de exploração infantil é um aspecto inquestionável deste tipo de crime. Os empregados precoces estão sujeitos a riscos impostos pelas próprias atividades que exercem, como mutilações, infecções e fraturas. Além de estarem expostos a castigos severos por conversas, brincadeiras e erros, que são compreensíveis visto que nenhuma criança, por mais madura que seja, está preparada para ter sua infância sacrificada. Todos esses fatores atrapalham o desenvolvimento psicológico e deixam marcas devastadoras no emocional das crianças. É imprescindível, para proporcionar infâncias completas a todas as crianças que a exploração infantil seja erradicada. Para isso, é importante que se tenha maior fiscalização em todos os estabelecimentos para que não haja o uso da mão-de-obra infantil, bem como maior rigor nas punições para este tipo de crime. Faz-se necessário também um acompanhamento feito por assistentes sociais a famílias predispostas à realização do trabalho infantil para complementar sua renda. Através desse trabalho, as famílias teriam a dimensão da importância de uma infância genuína e poderiam relatar suas carências para que por meio de programas de assistência e complementação de renda, como o Bolsa Família, tivessem suas necessidades supridas. A meta do governo brasileiro é o progresso. Porém, ele não acontecerá enquanto a exploração infantil não for erradicada. Não há desenvolvimento onde os direitos humanos não são tratados como prioridade.