O quadro histórico do trabalho infantil inicia-se muito antes do surgimento das produções em larga escala. Contudo, destaca-se a Revolução Industrial como um agravante a situação das crianças, visto que essas passaram a trabalhar 14 horas por dia em condições fabris precárias para receber a quinta parte do salário de um adulto. No Brasil, esse tipo de trabalho foi introduzido com a escravidão, os filhos e as filhas de escravos trabalhavam na casa-grande em “serviços domésticos”, sofrendo constantes humilhações, abusos físicos e sexuais. Apesar de a escravidão ter sido abolida a mais de um século, o trabalho infantil ainda esta presente no Brasil, devendo ser combatida. A realidade brasileira, compartilhada pela grande maioria das cidades, é o trabalho infantil, resultado de um processo de marginalização, no qual as crianças não têm estruturas públicas básicas ou uma renda que supra as necessidades da família. O caso de maior visibilidade nacional em relação ao trabalho infantil é o da cidade de Santo Antônio de Jesus, na qual não há um poder público atuante e a maioria das crianças é obrigada a trabalhar em fábricas clandestinas de fogos de artifícios, há alguns anos atrás, uma dessas fábricas explodiu matando vários trabalhadores, inclusive crianças. Mas, por que esse tipo de trabalho ainda persiste no Brasil? Há estudiosos que afirmam que a persistência é um resultado da omissão do Estado que não quer contrariar “os poderosos”, ricos empresários que visam aumentar o lucro da produção usando crianças, pois essas recebem um salário bem menor e não tem garantias constitucionais. Outros, afirmam que esse cenário é um resultado da corrupção em massa no país, que inviabiliza a fiscalização e o cuidado das crianças, por causa do desvio de verbas. Não importa, as condições ou as justificativas, o trabalho infantil é crime e deve ser combatido, por meio da união entre o Ministério do Trabalho, o juizado de menores e a policia federal para a visitação em casos de denúncia, em fábricas e fazendas irregulares; as prefeituras devem fazer campanhas em combate ao trabalho infantil e estimulando a educação, o apoio psicológico nas escolas e bolsas alimentícias com base na freqüência escolar.