Título da redação:

Infância Deteriorada

Tema de redação: A realidade do trabalho infantil no Brasil

Redação enviada em 30/10/2017

Enraizado na estrutura brasileira desde o período colonial, e reduzindo progressivamente, o trabalho infantil ainda se encontra presente, na hodiernidade, gerando graves impactos psicológicos e físicos nos jovens, os quais possuem precocemente a função de ajudar monetariamente os custos das suas famílias. Nessa conjuntura, tais intempéries urgem por serem ultimadas e as infâncias recuperadas. Em primeira instância, é importante salientar que, segundo o IBGE, mais de 3 milhões de crianças e adolescentes são vítimas do trabalho infantil. Nesse viés, é evidente a falta de punição aos responsáveis dos filhos, que exploram a mão de obra de forma a infringir a Constituição Brasileira de 1988, que estabelece o mínimo de 14 anos para um ser humano trabalhar como aprendiz. Nesse contexto, essa é a realidade de diversos grupos familiares, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, que utilizam os jovens para produzirem mais recursos destinados ao sustento dos grupos parentais, além de serem menos onerosos para os donos de negócios. Nesse sentido, muitas crianças param de estudar para se dedicarem ao trabalho, prejudicando suas formações acadêmicas e, em alguns casos, de caráter. Faz-se necessário pautar, ainda, a frase do filósofo e político romano Cícero : “O maior estímulo para cometer faltas é a esperança de impunidade.” Sob esse prisma, o extremo número de jovens explorados é decorrente da ausência de fiscalização nos meios familiares e, principalmente, nos campos, onde a concentração é predominante. Destarte, não há muitas políticas eficientes, por parte do governo, para mudar esse cenário, e a necessidade de se produzir alimentos para subsistência obrigam os pais a colocarem seus filhos nesse cenário deteriorador. Nesse viés, observam-se longas jornadas de trabalhos com condições desumanas, gerando, às vezes, o óbito desses inocentes e indefesos. Infere-se, em virtude do exposto, a necessidade de alterar esse cenário de exploração nefasta. Para isso, cabe ao Ministério do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome oferecer empregos e cursos profissionalizantes aos responsáveis das crianças de baixa renda, para que não precisem mais empregar seus filhos precocemente e afastá-los de escolas. Ademais, as ONGs precisam disponibilizar, mormente para os mais afetados por anos de trabalho, atividades esportivas e psicólogos, com o intuito de atenuar o passado sofrido dos jovens. Por fim, faz-se essencial que a mídia promova campanhas que estimulem as denúncias de situações de risco ou insalubridade para que, num futuro próximo, todas as crianças brasileiras tenham seus direitos constitucionais garantidos.