De alguns anos para cá, o Brasil vem diminuindo gradativamente o número de crianças e adolescentes que trabalham, segundo os dados do IBGE. Em 2011, por exemplo, conforme o instituto haviam 3,7 milhões de jovens trabalhadores entre 05 e 17 anos de idade. Esse número é ainda imenso e precisa ser reduzido urgentemente. E um dos principais caminhos para isso é através de uma grande revolução na educação brasileira. Algumas das principais causas físicas que obrigam as crianças a trabalharem desde cedo são os desempregos dos pais, as doenças incapacitantes de alguns dos parentes, a orfandade por parte de um dos genitores e outras mais. Contudo, há também um razão cultural que contribui para esse quadro. É a descrença no papel transformador da educação cultivada por pessoas de poucos anos de estudos e de muitos anos de trabalho braçal nas cidades do interior brasileiro. E essa ideia é fortalecida pela falta de universalidade e de qualidade das escolas municipais. Cristóvam Buarque, ex-governador do DF e ex-ministro da educação, diz que a verdadeira revolução social de um país passa necessariamente pela revolução na sua educação. Assim, apenas as nações que invistam boa parte do seu BIP nessa área conseguem reais e duradouras transformações sociais, inclusive na questão do trabalho infantil por darem oportunidade de mobilidade social aos jovens advindos que famílias pobres. Por tudo isso, percebe-se a necessidade de medidas urgentes no campo da educação para se resolver o problema do trabalho infantil no Brasil. Dessa forma, o Governo federal deve, por meio de reforma constitucional, federalizar o ensino fundamental para universalizar o ensino e torná-lo em tempo integral, retornar ao programa bolsa escola exclusivo para a permanência da criança na escola e reforçar substancialmente o PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil). Além disso, a mídia e as ONGs ligadas a educação devem realizar campanhas de informação sobre o papel transformador da educação na vida de todos.