Após a Segunda Guerra Mundial surgiu a chamada Terceira Revolução Industrial, caracterizada pelo geógrafo brasileiro Milton Santos como a união da técnica, ciência e informação, constituindo o “Meio Técnico – Científico – Informacional”. No entanto, apesar de inúmeros benefícios de tal revolução, foram acentuados os casos de suicídio no Brasil e no mundo, de maneira coincidente com a inovação tecnológica. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo. A tecnologia tornou as relações sociais mais dinâmicas e imediatistas, permitindo que a comunicação ocorra entre indivíduos com grandes distâncias geográficas em questão de segundos, mas ao mesmo tempo que aproxima as relações humanas, as separa. Na contemporaneidade existe uma inversão de valores por uma parcela significativa da sociedade, em muitos casos existe uma priorização das interações digitais em redes sociais em detrimento das presenciais, a constante vislumbração de felicidade nas plataformas e a busca incessante por “likes” ocasiona o aumento de manifestações clínicas de ansiedade e depressão, problemas geradores da maior parte dos casos de suicídio. O Brasil é um dos países com maiores índices de casos de suicídio no mundo, mas nem sequer possui um plano de prevenção nacional. O suicídio é um tabu na sociedade, o desconhecimento dos fatores geradores contribui para a criação de um ambiente de opressão para quem enfrenta a depressão, a banalização dos sintomas agrava a doença. Outro fator problemático é a romantização do problema, que pode desencadear o “Efeito Werther”, nome dado ao fenômeno de suicídios em série em alusão a obra literária alemã “Os sofrimentos do jovem Werther”, que desencadeou a morte de diversos leitores. Torna-se clara a problemática acerca do tema. O suicídio é um problema de saúde pública mundial, desse modo é urgente a necessidade de mobilização da Federação através do Ministério da Saúde, para a criação de propagandas televisivas informativas sobre a depressão, com o intuito de intensificar a divulgação do Centro de Valorização da Vida (CVV) e do seu número de atendimento (188), além da criação de cartilhas junto ao Ministério da Educação sobre o “bullying”, a depressão na adolescência e o uso adequado das redes, promovendo debates e seminários a respeito dos temas. Também se fazem fundamentais a inclusão de psicopedagogos nas escolas e a ampliação do número de psicólogos no Sistema Único de Saúde (SUS).