Enquanto o suicídio continua sendo um assunto sobre o qual se fala pouco, o número de pessoas que tiram a própria vida avança silenciosamente no Brasil. A falta de um lugar no qual os indivíduos possam se reconhecer como sujeito, revela um sério problema de saúde pública. Por trás do comportamento suicida, há uma combinação de fatores socioculturais que, embaralhados, culminam numa manifestação contra a vida. É necessário analisar e discutir o que leva os indivíduos a retirarem suas próprias vidas, visto que o suicídio é uma consequência. Além disso, a ausência de informação à população reforça a existência dos tabus e fortalece estereótipos. Com efeito, pessoas fragilizadas deixam de procurar ajuda médica devido ao preconceito sobre elas. Em contraste, os estudos do sociólogo francês Émile Durkheim mostram que o suicídio é representado como um fato social, logo é um problema para toda a sociedade. Ademais, a escola pode se tornar um cenário favorável no que se refere ao fortalecimento do comportamento suicida. A Psicologia do Desenvolvimento aponta que o grupo juvenil é influenciado facilmente pelas opiniões alheias e, nessa tentativa de se encaixar na sociedade, passa a agir de forma inconsciente. No estágio em que se adquire uma identidade psicossocial, o adolescente que não reconhece sua identidade, busca um referencial que dê sentido a sua existência, o que configura as obras ultrarromânticas, marcadas por dor, frustração, tédio, evasão da realidade e desejo pela morte. Torna-se evidente, portanto, que a questão do suicídio exige medidas concretas e não um belo discurso. Cabe ao MEC proporcionar nas escolas palestras e peças teatrais capazes de complementar a atenção dada aos jovens e estimular o respeito mútuo e convívio com a diferença. Além disso, é imperativo a obrigatoriedade de psicólogos no âmbito discente, uma vez que esses profissionais podem orientar os alunos nesse impasse. Por outro lado, O papel da família é primordial, ela precisa estar atenta a qualquer mudança abrupta, quando um familiar com determinado comportamento começa a apresentar uma diferença. Desse modo, as ações anteriores poderão diminuir significativamente o problema do suicídio vivido atualmente, salvaguardando o direito à vida de todos os cidadãos.