Enquanto o suicídio segue sendo um tabu nas atuais sociedades mundiais, o número de pessoas que retiram suas próprias vidas avança silenciosamente. Atualmente, o Brasil ocupa o oitavo lugar no que diz respeito à países com maior número de suicídios, um dado alarmante, em vista que este problema é capaz de afetar todas faixas etárias. Por conseguinte, o suicídio é visto como problema de saúde pública, sendo causado principalmente por desordens mentais, na qual a depressão é predominante. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 75% dos casos ocorre em países em que a renda da população é baixa ou média, haja vista a pressão e estresse decorrente dos problemas socioeconômicos. Ademais, outros fatores são responsáveis pela intensificação do número de mortes, bem como a superação de traumas bélicos ou abusos sofridos ao longo da vida, uso exacerbado de substâncias, como drogas e álcool, e principalmente a censura diante deste impasse, logo, que impede que famílias e governo abordam a questão abertamente de forma eficaz. Recentemente, surgiu nas redes sociais um desafio nomeado “Blue Whale”, na qual o participante, em acordo com as normas, cumpre cinquenta etapas repulsivas, sendo a última provocar sua própria morte. Essa “brincadeira” de mal gosto, comprova o quanto a sociedade contemporânea vive em um estado de alienação, capaz de tratar a autodestruição como um caso banal. Portanto, para o sociólogo Émile Durkheim, o suicídio sempre é um fato social, dividindo-se em três categorias: o egoísta, que ocorre com maior frequência, em que o ego individual se afirma demasiadamente sobre o ego social; o suicídio altruísta que visa a morte como meio de alcançar o ideal de determinado grupo, como por exemplo os Kamikazes japoneses que atuaram na II Guerra Mundial, e por fim o suicídio anômico, que ocorre em uma situação de anomia social, ou seja quando há ausência de regras sociais, gerando o caos. Em virtude do aumento na taxa de mortalidade por suicídio, é de suma importância a adoção de medidas preventivas para esse problema, como a restrição do governo pelo acesso aos meios utilizados para a própria morte (medicamentos, armas), assim como a promoção de capacitação para profissionais da saúde, e educadores. Além disso, a identificação precoce e eficaz, por amigos e parentes, é fundamental para conseguir que as pessoas recebam a atenção necessária. Por outro lado, é necessário instituição de palestras em escolas ministradas pelo MEC, com o objetivo de conscientizar sobre a importância da vida, pois só dessa forma as vítimas poderão desistir de pensamentos que levam a retirada da própria vida.