Título da redação:

Iletrados Diplomados

Tema de redação: A questão do analfabetismo funcional no Brasil

Redação enviada em 23/08/2017

O livro “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, ilustra a triste realidade de uma família nordestina na década de 30 que convive com a seca, a fome e a ignorância. Tais dramas permanecem presente nas vidas de muitos brasileiros, mesmo após mais de 70 anos. No que tange a educação, vivencia-se o problema do analfabetismo funcional que cria uma legião de “iletrados com diploma”. Sob essa conjectura, pesa-se a péssima qualidade do ensino público básico no Brasil. Nos dias atuais ainda é comum encontrar escolas em que faltam carteiras, quadros, banheiros e até o teto, proporcionando assim, um comprometimento no processo de alfabetização. O reflexo dessa situação é apontado pelo Indicador de Analfabetismo Funcional (InAF), mostrando que apenas 8% das pessoas em idade laboral no país (de 15 a 64 anos) tem proficiência na língua portuguesa. Tal realidade é ambígua em um país que almeja grandes índices econômicos, mas esquece da sua educação. Ademais, soma-se a problemática do analfabetismo funcional a falta do hábito de leitura. O ato de ler é extremamente relevante para o desenvolvimento das capacidades de entendimento do texto, aumento do senso crítico e também da capacidade de escrever textos. No entanto uma pesquisa do Instituto Pró-Leitura aponta que 44% da população não tem o hábito da leitura, considerando leitor aquele que leu pelo menos um livro nos últimos 3 meses. Dessa forma é importante a criação de campanhas de incentivo à leitura, através da mídia com associação do empresariado, para fomentar a cultura da leitura na sociedade. Repensar, portanto, a questão do analfabetismo funcional é de grande relevância para a metamorfose da realidade. Nesse sentido é necessário que o estado, através do ministério da educação conjuntamente ao municípios e governos estaduais, invista na educação por meio de construção de escolas bem estruturadas, capacitação de professores e outros profissionais da educação e valorização salarial para construir uma alfabetização mais eficiente. Assim reflete-se sobre a afirmativa do grande educador Paulo Freire: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.