A princípio, a condição de analfabetismo funcional é caracterizada pela incapacidade de exercitar certas habilidades de leitura, de escrita e de cálculo. Nesse contexto, o legado patriarcal no Brasil implicou séculos de descaso educacional. Dessa maneira, mesmo com os avanços científicos atuais, as escolas públicas ainda aplicam métodos obsoletos, herdados a tempos remotos. Ademais, existem dois tipos de educação no país, dentre estes, um que reproduz desigualdades, como a aprovação automática e outro que produz capital humano com ensino reflexivo. No passado, os jesuítas eram responsáveis pelo letramento da população brasileira, mas eles foram expulsos do Brasil. Nesse ínterim, o governo não se encarregou de desenvolver sistemas educacionais capazes de substituir o existente. Hodiernamente, os programas educacionais não inovam suas metodologias, pois não acompanham os avanços da neurociência, no que tange ao estudo biopsicossocial do ser humano. Em adição, os alunos de classe média, viajam, possuem professores particulares e pais letrados, ou seja, apresentam um repertorio prévio de conhecimento. É válido destacar que os ensinamentos não ocorrem, desde sempre, de maneira igualitária, posto que os mais ricos podem privatizar os estudos. Assim sendo, os discentes de baixo poder aquisitivo, não possui o mesmo acervo cultural e acabam decorando o conteúdo, ou seja, se tornam analfabetos funcionais. De acordo com neurocientistas, a aprendizagem ocorre de acordo com interação biopsicossocial, assim, aulas às sete da manhã não são o ideal para adolescentes que nessa fase tem o ciclo de sono e de vigília alterados. Diante disso, é necessário que as Prefeituras desenvolvam integração da escola com diferentes setores da administração municipal a fim de disponibilizar aulas de teatro de reforço pedagógico, de dança e de computação. Além disso, as escolas devem implantar o projeto “Professor Nota 10”, que capacita os docentes com cursos de neurociências para que seus ensinamentos se tornem mais atraentes. Outrossim, os canais televisivos podem viabilizar legendas que associem a fonética das palavras com sua grafia. Em adição, a família pode ajudar com trabalhos, conferir à tarefa e ler livros, pois o filho perceberá que os familiares valorizam a educação e melhorará o seu desempenho. Finalmente, a educação deve evoluir em detrimento do retrocesso secular herdado.