Título da redação:

Formandos sem formação

Tema de redação: A questão do analfabetismo funcional no Brasil

Redação enviada em 08/09/2017

Graciliano Ramos, em sua obra “Vidas secas”, do século XX, retratou a dificuldade do personagem Fabiano em articular suas ideias, ler e compreender, sendo assim, um analfabeto. Nesse âmbito, a realidade de vários brasileiros é semelhante, contudo, muitos possuem instrução escolar, em dicotomia a Fabiano. Logo, essa situação é ainda mais preocupante, haja vista a ineficácia do sistema educacional, bem como as adversidades encontradas por esses indivíduos. Em primeira instância, a escola falha na responsabilidade de alfabetizar os alunos. Nesse espectro, cresce gradativamente o número de diplomados no ensino básico, no entanto, o índice de analfabetos funcionais acompanha tal progresso. Sob esse viés, segundo o IBOPE, em 2010, a porcentagem de analfabetos funcionais era de 20%. Por conseguinte, fica nítida a tenuidade do sistema educacional brasileiro, posta a preocupação com a quantidade de alfabetizados, não com a qualidade da alfabetização. Ademais, os percalços para um analfabeto funcional transcendem a barreira da educação e se alastram por toda engrenagem social. Em tal conjuntura, o indivíduo desarticulado torna-se vítima em potencial da manipulação de seus direitos. À vista disso, durante a república velha do Brasil, era comum o “voto de cabresto” em que os coronéis se aproveitavam da ingenuidade dos analfabetos para se elegerem políticos. Não apenas, nas atuais perspectivas, são excluídos culturalmente devido o acesso restrito às manifestações artísticas. De acordo com a pesquisa do instituto pró-livro, 50% dos brasileiros não leem livros, pois não entendem o que está escrito. Desse modo, esse problema silencioso ainda precisa ganhar atenção e ser acentuado. Portanto, o Ministério da educação deve por meio de um sistema mais estimulante de aprendizado, principalmente na educação primária, estimular o gosto pela leitura e escrita com palestras e clubes do livro, para que se formem cidadãos em plena alfabetização. Além disso, é de suma importância a acreção de disciplinas com embasamentos nos direitos de cada cidadão, por intermédio das escolas com aulas temáticas nas matérias de ciências humanas, focando na sociologia, no fito de formar pessoas conscientes de suas responsabilidades sociais e consequentemente não serem marionetes da elite intelectual.