Título da redação:

Fabiano: Metonímia do povo analfabetizado

Proposta: A questão do analfabetismo funcional no Brasil

Redação enviada em 24/07/2017

É notória a necessidade de combater o analfabetismo funcional no Brasil. Sob um prisma histórico, percebe-se que, até meados do século XIX, as oportunidades de escolarização eram acessíveis quase que somente às elites e aos homens livres, ou seja, a um grupo muito restrito da população brasileira. Tal processo excludente, tem seu reflexo até os dias atuais. Por essa razão, faz-se necessário pautar, no século XXI, a continuidade desse problema e seus desdobramentos caóticos. Em primeiro plano, é indubitável que há heranças históricas na questão do analfabetismo funcional no Brasil. Até 1950, mais da metade da população brasileira era analfabeta, o que a mantinha excluída da vida política, já que o voto era vedado a esse grupo. Nesse sentido, mesmo que hoje o sufrágio universal vigore e os analfabetos possam votar, eles, infelizmente, sofrem com o desemprego, o preconceito e a excludência social, sendo vítimas de um sistema educacional brasileiro insuficiente que carece de medidas governamentais. Como desdobramento dessa problemática, é válido analisar ainda que a região Nordeste é a que possui índices mais alarmantes de analfabetismo, com assustadores 30,9% da população. De forma análoga, sob a análise da obra "Vidas Secas" de Graciliano Ramos, é possível perceber uma metonímia entre Fabiano e o povo nordestino analfabetizado, pois ele é desamparado até no campo da fala, expressando dificuldade ao se comunicar com sua própria família. Da mesma forma ocorre com as famílias menos favorecidas dessa região, que sequer desfrutam de educação básica. Fica evidente, portanto, o desamparo social das famílias do Nordeste e as injustiças sofridas pelas camadas oprimidas. Sob esse conjectura, pode-se afirmar que o Brasil carece de políticas educacionais realmente eficientes contra o analfabetismo. Sendo assim, é preciso que o Governo Federal em associação ao Ministério da Educação elabore um plano de alfabetização em massa da população brasileira, alcançando principalmente as regiões mais sofridas do país. Outrossim, cabe à mídia conscientizar a população sobre o preconceito contra os analfabetos, para que essa prática seja extinta. Ainda, cabe às escolas brasileiras e à sociedade, promover protestos e campanhas populares, para que a educação básica alcance todo o território nacional. Só assim, o país tornar-se-á mais educado e justo.