Immanuel Kant afirma que o segredo de aperfeiçoamento da humanidade encontra-se no problema da educação. O Brasil contemporâneo parece não atentar-se a esse ensinamento, haja vista que o analfabetismo funcional é realidade preocupante no país. Nesse sentido, infere-se que o sistema falho de ensino, aliado ao fenômeno das redes sociais, fomenta essa conjuntura. É fundamental destacar, em primeiro plano, que a metodologia das escolas brasileiras é o principal agravante da problemática do analfabetismo funcional. Nesse âmbito, o ensino é voltado para a resolução de provas em detrimento da formação da capacidade reflexiva do aluno. Sob esse aspecto, os estudantes são desestimulados a interpretar as obras de sua maneira e, ao fazer provas com questões prontas e objetivas, acabam buscando resumos na internet sobre o livro exigido. Logo, os infantes não adquirem a habilidade de ler e, tampouco, produzir textos longos, como confirma o Indicador de Analfabetismo Funcional (Inef), o qual aponta que apenas um quarto da população é proficiente na leitura e escrita. Além desse obstáculo na base de formação dos cidadãos, convém ressaltar que o advento da internet e das redes sociais é outro elemento preocupante nesse impasse, uma vez que os conteúdos escritos melhores elaborados perdem espaço nesse meio. Nesse cenário, as produções estão, gradativamente, mais sintéticas e a exigência de interpretação mais rasa e superficial. Desse modo, os livros tendem a cair em desuso e os textos passam a ter um número máximo de frases, o que torna o estudo da máxima de Kant urgente, caso queira-se barrar a conjuntura do Analfabetismo Funcional. Torna-se evidente, portanto, que, com o avanço das redes sociais, a capacidade de leitura e escrita dos cidadãos depende, mais do que nunca, de um melhor planejamento das escolas brasileiras. Assim, cabe ao Ministério da Educação (MEC) propor uma reforma, para que o senso crítico dos alunos seja trabalhado nos colégios. Nesse sentido, os estudantes devem ser avaliados em todas as aulas ao longo do ano e as provas devem ser abolidas. Dessa forma, os conteúdos poderão ser trabalhados livremente por cada aluno e os professores deverão avaliá-los conforme as anotações que farão sobre o desempenho de cada um. Além disso, as escolas devem propor seminários sobre livros e estimular a produção de textos de diversos gêneros com matéria de redação obrigatória em todos os anos letivos, para que os alunos, aos poucos, possam se desvencilhar dos textos de duas frases da internet.