Título da redação:

Como "desfuncionalizar" o analfabetismo funcional

Tema de redação: A questão do analfabetismo funcional no Brasil

Redação enviada em 24/07/2017

O analfabetismo funcional, considerado como incapacidade abstrativa e interpretativa do que se lê, tendo consequências e derivantes em todas as demais áreas da vida, é um dos grandes obstáculos debilitantes da vida intelectual, profissional e cultural do país. Arraigado no colonialismo, entre períodos alternantes de elitismo e populismo demagogo - causa de profundas cicatrizes sócio-culturais - tal problema, que se arrasta a decênios, tem como principal fonte a vulgarização educacional sem abalizamentos de qualidade rigorosos aliado a políticas educacionais ineficientes, quando não reproduzidas de formas ineficazes. Reverenciado por uns, duramente criticado por outros, Paulo Freire, um dos patronos da educação brasileira, é referência no que diz respeito a metodologias pedagógicas através do sócio-construtivismo. Largamente aplicado, especialmente em escolas públicas, tal método é, ao aluno, um estímulo a que realize a subjetivação do mundo através de cujas interpretações o aprendiz teria melhor noção das realidades objetivas a partir de sua própria. Tal pedagogia é, em última instância, um convite, ao aprendiz, à responsabilidade pela própria educação o que, não raro, passa ao largo do que lhe é proposto na escola e, muitas vezes, da sua vontade, encetando-se, a partir disso, a debilitação educacional. Não podemos esquecer, inclusive, segundo afirmam alguns, que o método de Freire a ninguém jamais alfabetizou. Leve-se ainda em consideração a maciça presença de professores não vocacionados, de formação intelectual e humana pouco sólida, premidos, ainda por cima, por problemas de ordem financeira que, frequentes vezes, se torna a principal busca profissional, o que secundariza a importância do aluno que deveria ser máxima. Ainda, não menos importante, podemos citar a facilidade de acesso a tecnologias e plataformas de comunicação, tais os smartphones e as redes sociais, que, enquanto competem pela atenção do aprendiz, superficializam-lhe a profundidade de pensamento e a busca por excelência. Dessarte, entendemos necessário a implementação, pelo Ministério da Educação, de feiras de profissões e de graduações anuais que, desde cedo, permitam a alunos de todos os matizes vislumbrarem possibilidades profissionais com as quais se possam identificar de modo que tais experiências lhes possa dar melhor noção dos desafios e demandas, das recompensas e gratificações do futuro, o que os estimulará, naturalmente, a maior afinco nos estudos. O mesmo Ministério também poderia realizar campanhas de fomento à participação em oficinas de leitura e clubes do livro, culturas pouco difundidas no Brasil, que poderiam minorar o analfabetismo funcional, ainda quando tardiamente.