Título da redação:

Ciclo de imbróglios

Tema de redação: A questão do analfabetismo funcional no Brasil

Redação enviada em 14/08/2017

Segundo Immanuel Kant, filósofo prussiano, “O homem é aquilo que a educação faz dele”. Não dissonante da citação, a atual conjuntura reflete e ratifica o pronunciamento, porque o que vemos no Brasil é a relação proporcional entre o conhecimento e crescimento pedagógico e pessoal do indivíduo. Contudo, a crescente necessidade do país apresentar uma evolução na educação frente aos rankings mundiais, culminou na existência de um ensino defasado que transformam metas em unicamente resultados numéricos e excluem a ascensão pessoal, fomentando assim a existência do analfabetismo funcional. No livro “Ensaio sobra a cegueira” de José Saramago, é retratado uma sociedade que paulatinamente se torna cega. Analogamente, de modo conotativo, o panorama vigente, contribui para a longevidade dessa sociedade, pois uma educação que ludibria as reais necessidades dos alunos e negligencia o ensino acadêmico e politizador, sustenta a formação de uma nação “medíocre”. Pois quando um indivíduo recebe determinada certificação acadêmica, deve-se ficar implícito que ele possui aptidões básicas que garantam o seu avanço para os demais etapas pedagógicas . Soma-se a isso, a falta de interesse de alguns alunos com o aprendizado e resulta na formação de um ciclo de imbróglios pessoais e sociais. A revista francesa “Le monde Diplomatique”, relatou que o Brasil apesar dos últimos avanços no PIB, possui um sistema de educação e saúde desproporcional a sua renda, fruto de uma distribuição não igualitária que afeta princípios básicos constitucionais. Essa ausência de acessibilidade é ainda mais agravante em estados do norte nordeste que concentram o maiores números de analfabetos funcionais, segundo dados da Unesco. Portanto, é notório que a educação plena é o ponto nevrálgico desse processo, valorizando e capacitando professores e pedagogo, no intuito de formar cidadãos comprometidos com o aprendizado. É “sine qua non” que o governo forneça maior acessibilidade as regiões com maiores índices de analfabetos, por meio de criação de escolas e reorientação da corpo docente, que em muitos casos se encontram pressionados a aprovar os discentes para a realização das metas governamentais. Também é primordial a atuação de ONGs como “APAE” (Associação de Pais e Amigos Excepcionais), juntamente com as famílias e comunidade promovam projetos como incentivo a leitura, e rodas de conversa sobre os inúmeros campos literário, pois como dizia Fernando Penna, professor da Faculdade Fluminense “a base da educação é a pluralidade”.