Título da redação:

Caminhos para combater o analfabetismo no Brasil

Proposta: A questão do analfabetismo funcional no Brasil

Redação enviada em 01/11/2018

A gravidade das consequências do analfabetismo funcional tem despertado a atenção da sociedade brasileira e tem chamado a atenção do poder público para a notoriedade da questão no Brasil. Porém, ainda que reconhecida a importância de superar esse impasse a fim de que o país avance, essa problemática persiste em decorrência, sobretudo, de fatores históricos e estruturais. Por isso, medidas cujo objetivo seja reverter esse quadro são necessárias. Em primeira análise, a situação socioeconômica do país é uma das responsáveis para a dificuldade de erradicação do analfabetismo. A esse respeito, sabe-se que o Brasil foi historicamente uma colônia de exploração e como tal firmou suas bases privilegiando uma elite branca, preterindo grande parcela negra da população, que ficou as margens da economia e sem acesso a escolaridade. Essa realidade fica refletida no alfabetismo sistêmico que acomete a população pobre, cujo perfil revela a desigualdade de condições a que foram submetidos. Desse modo, o regime capitalista pune a população pela violência que pratica contra ela, deixando os analfabetos em situações desumanas em postos de trabalho desvalorizados e mal remunerados sem qualquer condição de superação, o que é nocivo à cidadania e à participação social deles. Em segunda análise, o descaso estatal com a formação acadêmica já no período da primeira infância apresenta-se como outro fator preponderante para que haja novos analfabetos na sociedade. Isso é frequentemente manifestado na forma de violência simbólica, termo do sociólogo Pierre Bourdieu, que inclui comportamentos, não necessariamente agressivos física, ou verbalmente, que exclui grupos minoritários. Nessa perspectiva, a falta de creches para atender toda a demanda da população, além da pouca ou inexistente capacitação dos docentes para garantir a preparação eficaz do aluno e evitar a evasão escolar se configura nessa agressão simbólica. Consequentemente, essas vítimas podem desenvolver a dificuldade de aprendizado, favorecendo a exclusão social e o subdesenvolvimento do país. Portando, o Governo Federal deve ampliar os programas de redução da desigualdade social como o Bolsa Familia e o Minha Casa Minha Vida, além de criar escolas especializadas para a população que não foi alfabetizada na infância, contando com a participação de psicólogos, que deem o apoio e o estímulo para a continuidade educacional, visando garantir a igualdade de oportunidades. Ademais, com o intuito de evitar novos analfabetos, o Ministério da educação deve criar novas creches e incrementar a capacitação dos docentes, por intermédio de cursos profissionalizantes que ofereçam benefícios ao plano de carreira do professor. Logo, o analfabetismo será gradativamente desconstruído.