Título da redação:

Analfabetismo funcional: quando apenas ler e escrever não é suficiente

Tema de redação: A questão do analfabetismo funcional no Brasil

Redação enviada em 19/09/2017

De acordo com Luciano Rudnik, especialista em educação do Centro Brasileiro de Cursos (Cebrac), analfabetos funcionais são pessoas que têm dificuldades de interpretar textos e situações problemáticas. Tendo em vista que grande parte da população se enquadra nessa definição, é preciso chamar a atenção para o fato de que a interação social é prejudicada quando aqueles que se comunicam não compreendem completamente a mensagem transmitida ou não se expressam corretamente, e isso é um cenário que requer mudanças imediatas. Em primeiro lugar, é imprescindível uma análise sobre as causas que geram o analfabetismo funcional. Assim, é válido mencionar o baixo interesse pela leitura por grande parte dos brasileiros. De acordo com o ex-ministro da Cultura Juca Ferreira, esse índice chega a vergonhosos 1,7 livros per capita por ano, o que demonstra um claro distanciamento com uma atividade é capaz de fazer os indivíduos exercerem melhor seu senso crítico e aumentarem seu repertório cultural. Sob outra ótica, como afirma a professora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Ana Lúcia Guedes-Pinto, o alto número desse tipo de analfabetos aponta para a necessidade de mais investimento na educação básica e pública. De fato, o atual modelo de ensino não se mostra eficiente em manter a atenção do aluno, muito menos em formá-lo um cidadão consciente. Dessa maneira, esse setor precisa de um processo de modernização e valorização para que possa acompanhar os avanços presentes em outras esferas da sociedade. Torna-se evidente, portanto, que o analfabetismo funcional precisa ser combatido para que os brasileiros possam usufruir de uma melhor qualidade de vida. Para isso, o Estado, por meio do Ministério da Educação, deve investir nas instituições de ensino, com estratégias como aumentar o salário dos professores e fornecer verbas para a compra de aparelhos modernos que facilitem a compreensão das matérias pelos jovens. Somado a isso, as escolas devem incluir mais leituras obrigatórias no seu currículo, em especial obras atuais, bem como organizar debates e aulas de interpretação sobre elas. Por fim, as famílias devem incentivar seus filhos a frequentar as bibliotecas com mais frequência, pois assim se acostumarão desde cedo com as diversas formas de comunicação escrita.