É de conhecimento de todos que no Brasil não existe valorização de educação, exceto aquela que é conhecida como o nível superior, com ênfase em cursos como medicina e direito. Visto que a educação básica é menosprezada, até mesmo pela família dos estudantes, há uma justificativa para o grande número de pessoas que decifram o significado de uma palavra isolada mas não de um conjunto chamado texto. O processo de alfabetização no país é incompleto, haja vista pela capacidade de muitos profissionais que são designados para cargos educativos, muitos deles não entendem a necessidade de ensinar mais do que "juntar" letras e identificar sons, pois também foram mal alfabetizados, criando assim um ciclo que perpetua erros e mediocridade. Ademais, a educação básica é depreciada, vista como sem importância, principalmente em colégios pertencentes à rede pública, tal ensino é ainda mais vilipendiado dado que a falta de qualidade e investimento são fortes motivos de desânimo para a criança, que muitas vezes não dispõe de materiais escolares para um aprendizado de excelência, e também para sua família que acha o ensino tão debilitado que o encara como desnecessário, mesmo que a alfabetização seja um direito. Somado a isso, as palavras do escritor Paulo Freire, autor de um interessante método de alfabetização para adultos, são de extrema importância para a compreensão do tema. "Não basta saber ler mecanicamente 'Eva viu a uva'. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social". Em síntese, a citação do autor demonstra a importância que a compreensão textual implica na vida pessoal e social, pois para compreender a sociedade é necessária a leitura interpretativa e constante de fatos do dia a dia, em jornais e mídias sociais. Por consequência, há a clara necessidade de investimento na educação para diminuição da desvalorização. Porém para resolver o problema da perpetuação do ciclo é necessário que a visão de todos seja ampliada através de projetos educacionais, como palestras infantis e adultas, institutos que serão criados para complementar a alfabetização, além de brincadeiras e a criatividade utilizadas a favor do incentivo infantil a interpretação em espaços criados para isso. Tudo isso deve ser realizado pelo governo federal unido a instituições educacionais públicas e privadas, o mais rápido possível.