Título da redação:

Além do alfabeto

Tema de redação: A questão do analfabetismo funcional no Brasil

Redação enviada em 22/07/2017

A educação,segundo Paulo Freire, não é capaz de mudar o mundo, mas de transformar pessoas para que essas alterem a realidade. Por tal poder transformador, o Brasil tem melhorado — em passos pequenos, porém constantes — os níveis educacionais do país. No entanto, apesar das taxas crescentes de alfabetização, as mudanças individuais, profissionais e sociais dos brasileiros são freadas pelo alto índice de dificuldades interpretativas: o analfabetismo funcional. De acordo com a Constituição de 1988, vigente na atualidade, a educação é direito de todos os indivíduos. Todavia, a superficialidade com que se educa os estudantes, especialmente no que se refere ao conhecimento da linguagem, apesar de cumprir a obrigação constitucional, cria lacunas que ultrapassam o reconhecimento das letras. A dificuldade de interpretar e formular contextos com palavras impede o crescimento individual do homem, visto que dificulta a formação do senso crítico e favorece a manipulação. Ademais, o analfabetismo funcional também é problemático no que se refere a questão profissional. Isto porque, diante da grande concorrência do mercado brasileiro, o indivíduo que mesmo possuindo diploma encontre objeções na compreensão de textos e formulação de orações mais longas, certamente terá suas chances reduzidas devido à qualificação insuficiente. Tal questão, evidência a premência de solucionar essa dificuldade ainda persistente entre os brasileiros. Diante das vastas adversidades encontradas pelos analfabetos funcionais, outro ponto que merece destaque é a dificuldade em exercer a cidadania. A suscetibilidade à indução e a falta de criticismo desses indivíduos restringe a capacidade de opinar, além de dificultar o pleno conhecimento de seus direitos. Dessa maneira, a incapacidade interpretativa torna-se ainda mais profundo, haja visto que impedir o exercício do ser como cidadão vai contra os princípios da própria democracia. Em virtude disso, para mudar a realidade crescente dos que se encontram nesse grupo, faz-se necessário que o MEC, junto às escolas, em especial nas aulas relacionadas a linguagem, incentive a escrita e a interpretação - através de leituras de textos em grupo e de questionamentos que visem um entendimento completo. Outrossim, é de grande valor que a família tenha papel ativo na vida estudantil das crianças, estimulando o gosto pela literatura e um conhecimento linguístico além do alfabeto. Destarte, teremos uma educação mais completa e brasileiros mais críticos.