O ano passado foi marcado por ciberataques que atingiram diversas empresas e instituições em mais de 70 países, inclusive o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no Brasil. Essa ação criminosa demonstra a vulnerabilidade presente na segurança da informação mundialmente. Dentre os fatores que corroboram a presente insegurança, há carência punitiva e de profissionais habilidosos de TI. Em primeira análise, os ataques virtuais têm crescido nas últimas décadas devido à grande debilidade no setor de investigação cibernética e falta de modernidade nas leis criminais. No Brasil, por exemplo, vigora apenas a Lei Carolina Dickmann, que apresenta penas brandas, e a Lei Antiterrorismo de 2016. Com isso, mostra o despreparo do país para julgar ataques virtuais. Como consequência do aumento vertiginoso dessa prática, há o crescimento de postos de trabalho para a segurança cibernética. No entanto, esse setor está em déficit. Mesmo a Índia e os Estados Unidos, referências na área, terão problemas em suprir a demanda. Ademais, o projeto de lei para regulamentação do profissional de TI no Brasil também pode se tornar um impedimento para a ascensão de profissionais, pois privilegia a posse do diploma em vez das habilidades adquiridas pelo indivíduo. Destarte, são necessárias mudanças legislativas e maior flexibilidade trabalhista. Para isso, é preciso adesão de leis internacionais contra crimes virtuais para sua devida atualização. Como também, é importante que o Estado não perca potencial mão de obra na área da tecnologia por meio da regulamentação. Assim, é necessário alteração na proposta, retificando a exigência de curso superior para a permanência de trabalhadores efetivamente habilidosos nos cargos. Outrossim, precisa-se do acréscimo de vagas em faculdades públicas para aumentar a oferta de profissionais na área.