O desenvolvimento tecnológico, após as sucessivas revoluções industriais e científicas, alcançou patamares inimagináveis, conectou o globo por meio de sua rapidez e universalidade e criou uma nova realidade em que estão presentes as mais diversas informações. Aproveitando-se do caráter global e da alta disponibilidade de conteúdo, vários criminosos cibernéticos realizam ataques a essa vasta rede, situação que se agrava com a carência de profissionais e tecnologias específicas para essa área. De acordo com pesquisas divulgadas pela Cisco, empresa ligada ao ramo da computação, há falta de aproximadamente um milhão de profissionais na área de segurança cibernética. Essa gigantesca e alarmante carência de entendidos em segurança de informações online abre margem para inúmeros ataques às redes mundiais de internet. Dada a lógica atual do mundo do trabalho, essa situação é totalmente entendível: enquanto, em países como o Brasil, cursos como medicina e direito são supervalorizados, outros, como sistemas de informação, estão entre os menos procurados pelos que visam a um emprego. Por outro lado, a Cisco também diz que a falta de equipamentos específicos contribui para a crise da segurança online. A quase ausência de amplas discussões nas instituições governamentais e de investimentos em tecnologias como essas ajuda os agressores a conquistarem seus objetivos, pondo em risco a proteção de dados sigilosos. Enquanto a população tem medo de ter suas informações confidenciais violadas por estranhos, pouca verba e pouca discussão são destinadas a essa problemática. Nota-se que a crise na segurança online é um problema sério que necessita de mobilização tanto da sociedade quanto das instituições. É dever do governo federal, em parceria com o Ministério da Comunicação, da Ciência e Tecnologia e da Educação, elaborar projetos de cursos gratuitos de especialização na área de segurança de informações online para conter de maneira eficaz a carência de profissionais. Além disso, o cidadão deve alertar, por meio de manifestos veiculados na imprensa, seus legisladores e governadores para essa situação, propondo debates públicos e fornecimento de verbas por parte de deputados a ONGs que tratem do assunto.