Os meios de produção fordista, do século passado, priorizavam o funcionário especializado, ou seja, o empregado com maestria em apenas uma função. Após a revolução informacional, que se deu pouco antes da queda da URSS, o funcionário qualificado se destacou em detrimento do especializado. Hoje, a reforma do ensino médio, proposta pelo pode Executivo, deve ocorrer visando a qualificação dos estudantes a fim de que esses estejam mais inseridos no atual mercado de trabalho. Mas como isso poderia ser feito? Um aluno qualificado é aquele que consegue desempenhar múltiplas funções de forma aprofundada, e para que isso ocorra é necessário uma base educacional firme que ofereça especializações. O aluno, durante o ensino médio, deve ter contato com a base de todas as disciplinas, como a física do século XVIII, mas com aprofundamentos específicos oferecidos aos que mais se identificarem com tal área, como o estudo do funcionamento de uma tela touch ou até mesmo as teorias da astronomia moderna de Stephen Hawking. Tais aprofundamentos demandarão um maior tempo das atividades escolares que devem ter como solução o alongamento da carga horária diária. Além disso, o pensamento crítico deve ser estimulado através de disciplinas teóricas ministradas por profissionais qualificados. A proposta do Governo de retirar a obrigatoriedade das disciplinas sociologia e filosofia do ensino médio é uma afronta a todos os alunos, pois assim apenas uma parcela entrará em contato com as teorias da ética Kantiana, poucos refletiram sobre a indústria cultural Frankfurtiana e apenas uma minoria associará a Revolução Russa, a ditadura Chinesa e a guerra das Coreias aos pensamentos difundidos por Marx. Tais disciplinas são primordiais para a formação de um cidadão brasileiro crítico e responsável com seus deveres sociais, civis e políticos. Portanto, a reforma do ensino médio deve ocorrer a fim de que os estudantes possam se especializar em diversas áreas, estando assim mais qualificados para o atual mercado de trabalho. A proposta da reforma do poder Executivo deve sofrer algumas alterações: as disciplinas que agucem o senso crítico – fundamentais para se tornar um cidadão mais consciente – como filosofia e sociologia, devem permanecer obrigatórias na grande do ensino médio, oferecendo, como as demais disciplinas, especializações em áreas mais aprofundadas. Assim, em longo prazo, os profissionais brasileiros estarão mais qualificados e aptos a competição do mundo globalizado.