Título da redação:

Redação sem título.

Proposta: A questão da Reforma do Ensino Médio

Redação enviada em 09/04/2017

Desde setembro de 2016, está em andamento no Congresso Nacional uma Medida Provisória (MP) que visa reformar atuais estruturas do Ensino Médio no Brasil. Estruturas essas, que estabelecem 13 disciplinas como obrigatórias para escolas públicas e privadas. Uma das mudanças propostas, pretende justamente sucumbir a obrigatoriedade das 13 disciplinas, oferecendo os chamados "itinerários formativos", que são cinco, e sendo exigido a disponibilização de pelo menos um deles. Com isso, a partir da metade do segundo ano do ensino médio, o aluno poderá escolher qual área lhe interessa, podendo assim aprofundar-se nela. Apesar do assunto de fato merecer tal notoriedade, medidas como essa, que aparentemente têm o intuito de apaziguar a desigualdade social, vai na verdade reforçá-la. Na teoria, algumas medidas realmente parecem uma ótima saída, principalmente quando espelhando-se em países com alto índice de desenvolvimento social, como Austrália, Dinamarca, Suécia, entre outros. Porém, infelizmente essa não é a realidade do Brasil, logo não sendo cabível tal comparação. Realmente seria ótimo se cada um pudesse escolher sua área de preferência, seguindo sua vocação ou talento sem o desgaste de aprender matérias que não são do seu interesse. Mas será que todos teriam, efetivamente, as mesmas oportunidades? Ou seria mais uma forma de segregação entre os indivíduos e suas respectivas classes sociais? Considere duas situações: dois alunos que pretendem cursar medicina no ensino superior, sendo que o primeiro depende do ensino público e o outro tem acesso ao privado. Agora com a reforma, eles não precisarão mais dispender sua energia aprofundando em geografia, por exemplo, o que é ótimo! Mas na comunidade em que vive o primeiro aluno, até tem escola pública, porém não leciona biologia, matéria fundamental para seu ingresso no curso. A escola mais próxima que atende a suas necessidades, fica a quatro horas do seu bairro, contando o tempo gasto em todos os transportes públicos que ele terá de encarar. Já o segundo aluno, mora em um bairro nobre da cidade, tendo uma das melhores escolas do país a cinco minutos de casa. Nessa escola, é oferecido todos os itinerários formativos possíveis, dando opção até de escolher mais que biologia. Qual dos dois está fadado a cursar medicina? Essa é a questão. Para solucionar parte desse problema, em vez de permitir a viabilização dos itinerários como escolha pessoal de cada instituto, tornar mandatório que todas as escolas apresentem todas as disciplinas disponíveis, para que se torne, de fato, possível o poder de escolha de cada aluno, independente se o mesmo usufrui do que é público ou não. Além disso, oferecer uma verba digna de um ser humano, para atender suas necessidades mais básicas, como o ensino, saúde, locomoção, levando ao pé da letra a palavra reforma. Lembrando que o público deve oferecer uma qualidade tão boa quanto o privado, ou até melhor, visto que toda a sociedade paga impostos destinados a isso, sendo um recurso de uso coletivo e não consumido como última opção.