Assim como Sócrates procurou levar a Atenas um conhecimento intertextual, a fim de fazer com que cada um aprimorasse na área com a qual mantinha maior vínculo, é possível afirmar que a nova reforma do ensino médio no Brasil apresenta caráter puramente socrático, visto que tende levar os alunos para as suas respectivas áreas de afinidade escolar. Tal maneira de reformulação estudantil, todavia, apresenta agravantes relacionados principalmente ao conceito de menor idade, fator esse apontado por Kant, além de uma manipulação e dominação de pensamentos em prol do capitalismo. Kant concebeu ao conceito de menor idade o indivíduo que não apresenta seu amadurecimento para com o mundo, a criatura desprovida de consciência suficiente acerca da humanidade. Assim, podemos relacionar que os discentes da grande maioria das escolas brasileiras, por falta de concepção e preocupação para com tal atividade, não possui essa capacidade de avaliação a despeito da importância do educandário, o que se exemplifica pela grande evasão escolar e o número exorbitante de analfabetos funcionais. A mudança do ensino apresenta em sua função principal o decréscimo de pessoas que desvinculam-se do meio estudantil por não se verem adeptos as matérias e ensinamentos propostos. Contudo, analisar uma proposta que vem a ferir todo um contexto escolar na situação em que o Brasil se encontra é de tamanha dificuldade, a falta de investimento faz com que seja previsível matérias que até então eram obrigatórias sendo esclusas, já que apresentam poucos adeptos e desvinculam-se de uma norma social capitalista, que valoriza os meios produtivos em detrimento do intelecto. Os estudantes que mantêm uma maior instrução e se vêm aptos a integração às faculdades tornam-se a cada dia mais capitalistas, advindo esse pensamento de uma ação social relacionada a valores, como explicitado por Weber. Coloca-se também nessa situação a disparidade econômica do Brasil, o que faz com que os menos instruídos não consigam de maneira consciente obter a tomada de decisão de quais matérias o adequam e quais serão necessárias para o emprego desejado. Outrossim envoltório a problemática estaria relacionada a matérias como educação física, artes, literatura e demais conteúdos negligenciados. O Brasil apresenta hoje grandes problemas que envolvem respectivamente matérias que não fariam parte das temáticas obrigatórias como por exemplo, um grande número de crianças e adolescentes acima do peso, mesmo com o incentivo escolar nas aulas de educação física, além da declive exacerbada de artistas e escritores no século XXI o que evidencia possíveis dissídios da retirada do conteúdo básico escolar. É evidente que há uma necessidade de organização quanto a questão do novo ensino médio. A superintendência deve procurar se manter informada das possíveis mudanças e instruir junto aos professores, os discentes para a possível tomada de decisão relativa as matérias. Os meios de comunicação, podem procurar apresentar propagandas e fazer conferência de cunho explicativo para os jovens que ainda se encontram desconexos. Livros e revistas também devem aderir a explicações sobre as mudanças , e salientar,de uma forma sucinta, sobre a necessidade de conhecimentos que não serão obrigatórios. Algumas ONG's de ligação educacional podem promover eventos juntamente a pedagogos e psicólogos, com financiamento governamental, para que seja possível ao aluno um momento de maior abertura sobre seus medos e anseios pela nova medida exibida pelo governo.Assim, será possível que o aluno busque o seu dom como enfatizado desde o século V por Sócrates, mas que o país não perca a chance de apresentar grandes talentos literários posteriormente e uma população saudável.