A Reforma do Ensino Médio, como está sendo proposta pelo Ministério da Educação através de uma Medida Provisória, não apresenta subsídios suficientes para promover as melhorias necessárias no sistema educacional brasileiro. Flexibilizar o currículo e fomentar a implantação do ensino em tempo integral e profissionalizante são medidas importantes que precisam ser amplamente discutidas, frente à realidade da educação no Brasil, que abrange problemas do método à estruturais e a desvalorização dos professores, social e salarial. Segundo a Pesquisa Nacional a Domicílios (Pnad) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há uma desigualdade educacional regional no país. As regiões Norte e Nordeste lideram no quesito Analfabetismo funcional e em evasão escolar, incluindo o nível superior. Frente a essas informações, há uma contradição. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o Brasil destina 5,6% do PIB para a educação. Esse valor é maior se comparado a países como Coréia do Sul e Alemanha. Não obstante, o investimento percapta por estudante, anual, é menor do que nesses países, o que demonstra uma má distribuição e gestão dos recursos. Como exemplo, apenas 0,6% das escolas possuem estrutura completa - quadra esportiva, laboratórios, refeitório etc. Grande parte, encontram-se nas regiões Sul e Sudeste, reforçando a desigualdade. Portanto, a seleridade da reforma faz-se necessária, mas com maior participação da sociedade na formulação da Base Nacional Curricular Comum para que não haja déficti na formação, e sim o desenvolvimento crítico desses que serão os futuros gestores em todos os âmbitos sociais.