Título da redação:

Os interesses dos estudantes: valorizados ou não?

Tema de redação: A questão da Reforma do Ensino Médio

Redação enviada em 22/04/2017

O ministério da educação afirma que a reforma no Ensino Médio veio para apoiar a flexibilidade no ensino. Mas em período integral, com itinerários formativos, a novidade teria mesmo vindo para dar mais liberdade aos estudantes e seus interesses? Primeiro de tudo, é uma reforma tardia, uma vez que o ensino médio no Brasil se compõe de apenas três anos e os últimos antes do ensino superior se iniciar. Poderia, então, começar no ensino fundamental, onde residem as primeiras falhas do ensino básico e quando as crianças teriam tempo para se acostumar com uma carga horária maior. A nova medida propõe um aumento de 600 horas anuais, quase o dobro do valor vigente, e isso não apenas seria uma mudança brusca na carga horária dos outros anos, mas também um problema para aqueles que não tem condições de estudar em período integral. E enquanto apresenta dificuldades para estudantes, a reforma também não faria jus às liberdades que promete. A liberdade dada, é, na realidade, às próprias escolas e secretarias estaduais, que poderiam escolher quais itinerários formativos disponibilizar. Na prática, restringiria o aluno ao invés de ajudá-lo e representaria chances de aumento da desigualdade educacional no país. Em suma, a reforma no Ensino Médio serve como uma ideia para tirar o país da inércia, mas não basta como mais do que um pensamento inicial. Enquanto não forem atribuídas as mesmas obrigações à todas as instituições de ensino, a desigualdade prevalece sobre a flexibilidade dos estudantes e qualquer interesse que estes tenham.