Título da redação:

Os grilhões invisíveis de uma educação desigual

Proposta: A questão da Reforma do Ensino Médio

Redação enviada em 04/05/2017

'' Nenhuma sociedade que esqueça a arte de questionar,pode esperar encontrar respostas para os problemas que a afligem''.O sociólogo Polonês, Zigmunt Bauman desperta através desta afirmativa a importância da prática do pensamento crítico sobre os mais diversos âmbitos do contexto social. Sobre esta perspectiva, torna-se fundamental analisar a nova Reforma do Ensino Médio como um retrocesso para a educação pública brasileira, ao dividir os estudantes entre aqueles que terão acesso a um ensino propedêutico daqueles que terão um ensino de baixa qualidade. A partir desse ponto, deve-se ,primeiramente, examinar o princípio do artigo 206 da Constituição Federal, enciso sétimo, que propõe a gestão democrática da educação pública.Não é o que se pode notar, no entanto, nas disposições da Nova Reforma, uma vez que segundo esta as escolas não serão mais obrigadas a oferecer todas as cinco áreas do itinerário formativo, que são, Figuras da linguagem e suas tecnologias, Ciencias Humanas e Sociais, Matematica e suas tecnologias, Ciencias da Natureza e Formaçao Técnica e Profissional, além da retirada de matérias como filosofia , sociologia e artes do currículo obrigatório.Tal fato assusta, pois deixa à disponibilidade do aluno e da escola a escolha dos itineraríos escolares, causando divergências e desigualdades na educação nas diversas escolas do País. Outro aspecto , relevante, nesse debate, é constatar que na idade na qual os estudantes estão cursando o Ensino Médio,14 à 18 anos , essa flexibilidade de currículo oferecida pela Reforma pode ser um ponto negativo, pois nesta fase os estudantes não estão preparados para escolher uma trajetória. Além do mais, é determinante estabelecer que o ensino profissionalizante , dentre as Trajetórias possíveis ao estudante, durante o Novo Ensino Médio, irá servir como estímulo para a aceitação de jovens de menor renda à carreiras de subemprego, enquanto os mais ricos poderão focar nas áreas que desejam. Não há duvídas, então, de que , nesse caso, a Reforma representa um atraso social ao retrocer um sistema em que apenas uma pequena parte ,mais favorecida, irá se contemplar do Ensino Superior, enquanto outra , excluída, se contentará com o Ensino Profissionalizante. O desafío que se constrói, a partir da realidade exposta , é que o Governo promova ações como Reformas no Ensino Nacional, que objetivem uma maior democratização deste ao invez de propagar a exclusão.Para isso,torna-se urgente a criação de uma base educacional sólida e igualitariamente obrigatória à todas as escolas, respeitando os conteúdos básicos necessários à formação do indivíduo. Além disso, cabe também ao Governo, que estimule a entrada do jovem ao Ensino Superior, por meio da capacitaçao deste, podendo neste âmbito ocorrer a flexibilizaçao das disciplinas complementares, com foco no curso desejado pelo estudante. Assim, pode-se almejar , um futuro com uma educaçao mais justa e democrática.