Título da redação:

No meio do caminho

Proposta: A questão da Reforma do Ensino Médio

Redação enviada em 04/04/2017

No limiar da hodiernidade vivemos um grande dilema no Brasil: a Reforma do Ensino Médio. Frente a essa realidade, a mistura explosiva da retirada de Filosofia e Sociologia como disciplinas obrigatórias e a possível formação de um apartheid escolar tem todos os sinais para se tornar, potencialmente, um dos mais desastrosos problemas a serem enfrentados pela "Pátria Amada" no século atual. Nunca na história do País houve condições técnico-científicas tão favoráveis à formação de estudantes mais críticos e engajados. Nesse viés, o sociólogo Bauman apregoava a juventude é a locomotiva de uma sociedade. Neste contexto, a partir do momento em que disciplinas como Sociologia e Filosofia são tidas como não obrigatórias, consequentemente, a juventude perde seu papel de força-motriz da nação. Contudo, diante das ferramentas vigentes no século XXI, é possível pensar em um outro tipo de sociedade: menos abissal. Nesse cenário de reformas, tendo como base os princípios da física clássica, quando um circuito se sobrecarrega, a primeira peça a queimar é o fusível. De forma análoga, a lógica da sociedade pós moderna também está pautada no sacrifício dos mais fracos para sanar os interesses daqueles que detém o poder. Dessa maneira, essa tentativa do Brasil de tentar se enquadrar nos moldes dos países desenvolvidos, sem ter estrutura para tal, fará com que os alunos de estados menos desenvolvidos saiam desfavorecidos, devido ao fato de suas escolas não possuem infraestrutura para atender a demanda de divisões por itinerários informativos. Parafraseando o poeta Carlos Drummond de Andrade, havia um pedra no meio do caminho. Nessa perspectiva, os obstáculos do ensino médio brasileiro, representados pela pedra, são a retirada das disciplinas - Filosofia e Sociologia - como obrigatórias e a falta de estrutura da maioria das escolas para atender uma divisão por itinerários formativos. Para reverter esse quadro, é imprescindível que as escolas permaneçam com a Filosofia e a Sociologia, a fim de tornar seus alunos mais críticos e ativos na sociedade, e assim, não se tornar massa de manobra nas mãos da mídia e de políticos corruptos. Seria interessante também que o governo, antes de tomar medidas extremas, diminua o abismo infra estrutural que há entre os estados brasileiros, adaptando as escolas a esse novo padrão. Outras medidas devem ser tomadas, mas, como apregoava Oscar Wilde: " o primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação".