A reforma do ensino médio divide opiniões entre alunos, educadores e representantes do governo. Vista como medida polêmica, tal mudança na educação retira das escolas a obrigatoriedade de oferecer aulas como sociologia, filosofia e história. Além disso, fica à critério das instituições educadoras a escolha de quais áreas do conhecimento irão oferecer. Na prática, estas alterações podem colaborar com a manipulação social e com a desigualdade do ensino no Brasil. Com o fim da obrigação das escolas em lecionar conteúdos que envolvam diretamente as relações sociais e a noção de cidadania, como ocorre nas matérias de filosofia, sociologia e história, os estudantes se tornarão mais propensos à alienação. Por serem disciplinas que, muitas vezes, não são valorizadas pelos alunos, com a flexibilização do ensino, o estudo desses conteúdos tende a se reduzir ainda mais. Todavia, sem o conhecimento em relação aos direitos, às hierarquias sociais e aos diversos movimentos pela conquista de ideais, a sociedade passará à ser mais pacífica à manipulações e privações de direitos. Ademais, com a liberdade de escolha das áreas do conhecimento pelas escolas, torna-se inevitável que algumas instituições ofereçam mais possibilidades de ensino que outras. Essa variedade de cursos oferecidos tende à se concentrar nas regiões economicamente mais favorecidas. Isso levará a uma desigualdade ainda maior no sistema educacional brasileiro, já que alguns alunos serão privilegiados em detrimento de outros. Além disso, por educação e economia se relacionarem pelo fornecimento de mão-de-obra da primeira para a segunda, essa desigualdade educacional também refletirá em disparidades econômicas entre as regiões do país. Vistas as consequências que a reforma do ensino médio pode causar, torna-se necessária a abertura de uma discussão com estudantes e professores, feita pelo Ministério da Educação, sobre melhorias à serem feitas no sistema de ensino nacional, podendo tal debate ser feito através de fóruns na internet. Ademais, cabe ainda à esse órgão a destinação de mais verbas para as instituições de ensino, visando melhorar suas estruturas e o aprendizado dos alunos por meio de construções e reformas de bibliotecas, laboratórios, salas de informática e oferecimento de novos materiais de estudo.