Título da redação:

Alienar não é educar!

Tema de redação: A questão da Reforma do Ensino Médio

Redação enviada em 15/04/2017

Paulo Freire sempre afirmou o potencial da educação de transformar as pessoas, tornando-as críticas e conscientes. Todavia, o Brasil, sempre conviveu com diversos retrocessos nesta área, sendo o projeto de reforma do 2º grau uma reafirmação do rudimentar do modo de educar para o trabalho e não para a formação como cidadão. Nota-se que a exclusão de matérias básicas, sobre o pretexto de formação para o mercado de trabalho, é muito prejudicial para os jovens. A atribuição do poder de escolha sobre o que vai estudar pode ser muito benéfica para pessoas mais maduras, mas a maioria dos estudantes que ingressam no ensino médio possui a faixa etária dos quinze anos, sendo, no mínimo, irresponsável atribuir que este será capaz de fazer uma escolha definitiva sobre sua carreira profissional. Além do mais, cabe ressaltar que o estudo das diferentes áreas do saber é importante para a formação de uma ampla visão de mundo, sendo a retirada dos conteúdos entristecedora, pois aliena os estudantes. Outro ponto de destaque é a reforma do Ensino Médio não é obrigatória para as escolas privadas. Sendo assim coexistirão diferentes modelos de ensino, enquanto provas como o ENEM, permanecerão inalteradas, segundo dados divulgados na coletiva de imprensa dado pelo Ministério da Educação. Logo, os estudantes da rede pública não terão a formação necessária para serem aprovados em cursos superiores, restringindo a eles uma formação básica e tecnicista. O que é incoerente, pois, corroborando Lucáks, pois a escola deve ser um espaço onde se estabelece o ensino como princípio educativo e libertador. Sendo assim, é notório o fato que a reforma não é condizente com as atuais necessidades dos brasileiros. O MEC deve continuar com a obrigatoriedade das matérias básicas, promovendo, assim, uma visão cidadã e crítica aos estudantes. As reformas feitas devem ser, primeiramente, na qualidade e oferta do ensino básico. Cabendo assim, o repasse federal de verba para as secretarias de educação, para que estas possam construir a novos centros educacionais e contratar professores, que muitas vezes são insuficientes para atender a demanda municipal. Além disso, cabe destacar a necessidade de diálogo entre governo federal, população e educadores para que as reformas propostas sejam eficientes e condizentes com a realidade dos brasileiros.