No Brasil hodierno, é possível observar a situação preocupante da educação. O modelo atual está estagnado, visto que há um índice elevado de evasão escolar e baixo desempenho dos alunos. Esse assunto tornou-se alvo de ainda mais debate na sociedade com a criação da Medida Provisória 746/16 referente à reforma do ensino médio. Não há dúvidas que tal mudança deva ocorrer para melhorar a educação brasileira, no entanto não da forma equivocada que a medida traz. A priori, deve-se ressaltar um dos pontos da reforma, a flexibilização do conteúdo. Com essa alteração, os aluno poderão escolher entre cinco possibilidades de trajetória. Contudo, deve-se levar em consideração que o adolescente é uma pessoa em desenvolvimento mental e, por isso, não está preparado para escolher com clareza uma dessas opções. Além disso, segundo Aloizio Mercadante, ex-ministro da educação, essa flexibilização não fixa o que será oferecido a todos os estudantes, criando uma desigualdade de oportunidades de aprender. Outro aspecto trazido pela reforma é o novo peso dado ao ensino técnico profissionalizante, priorizando uma formação tecnista em oposição a uma crítica. É importante a compreensão de que o ensino médio é, acima de tudo, preparar um adolescente para ser um cidadão pensante e não simplesmente profissionalizá-lo para se ter uma mão-de-obra barata. Dessa forma, estará sendo incentivado que jovens de baixa renda ingressem em carreiras de subempregos como também a desigualdade entre o ensino técnico e o regular. Por fim, tal proposta torna-se inviável ao trazer a escola em tempo integral em detrimento à falta de investimentos na área da educação. Essa ideia é reforçada com a PEC 241, que visa congelar os gastos sociais - inclusive da educação - por 20 anos. Assim sendo, é improvável uma reforma educacional com a falta de estrutura nas escolas e professores sendo desvalorizados, somada à falta de verba pública. Diante do exposto, pode-se concluir que uma reforma no ensino médico é necessária, porém a vigente possui mais pontos negativos do que benefícios aos estudantes. Para tal mudança, é preciso de investimentos por parte do poder público para melhoras nas instalações físicas das escolas e equiparar os salários dos professores às demais profissões. Também é importante criar um ciclo básico comum a todos e matérias optativas de contra turno para alunos que gostariam de se aprofundarem mais em algum conteúdo específico.