Título da redação:

A busca pela felicidade

Tema de redação: A questão da Reforma do Ensino Médio

Redação enviada em 29/05/2017

Sancionada recentemente, a Reforma do ensino médio trouxe bastante discussões e manifestações no Brasil. Objetivando oferecer maior liberdade de escolha dos estudos para evitar a evasão, os benefícios ficam só na teoria, pois tem uma visão utópica, apesar de conter ideias que apresentaram avanços em alguns países desenvolvidos, não cabem ao contexto social brasileiro. Notamos pelos seus três pontos de maiores propagandas para difundir a aprovação. Dividir o ensino em 5 itinerários formativos e ter como obrigatória, nas escolas, a oferta de apenas uma destas áreas, trará, o aumento da desigualdade social no Brasil. Escolas que tem mais condições poderão ofertar as cinco, e isso caberá basicamente às escolas particulares, uma vez que as escolas públicas vivem enfrentando dificuldades de manterem-se em funcionamento pelas próprias questões estruturais. Desta forma, o governo tira de si a responsabilidade do ensino, jogando para as escolas, cometendo um grande crime contra os direitos humanos. Além disso, pretendem dar peso ao ensino técnico, esquecendo que já estamos em um mundo na sua terceira revolução, onde vale mais o desenvolvimento técnico científico, ou seja, é essencial que os profissionais não sejam formados para executar apenas uma tarefa, mas serem capazes de executar com excelência a escolhida, por ser capaz de interdisciplinaridade com outras áreas do conhecimento. Com esta mudança, os jovens de 14-16 anos terão de estar preocupados em escolher uma carreira para o futuro, quando deveriam estar desenvolvendo pensamento crítico, e então, diferente do esperado, o número de evasão, tenderá a aumentar, uma vez que criando desgosto pela área escolhida, sentirão dificuldades de mudar por terem conhecimento de apenas um itinerário e um técnico. E ainda temos de olhar a questão do aumento da carga horária, que objetiva fazer com que os alunos estudem mais, no entanto, caberia muito bem aqui, manter as matérias que já tinham e dar a opção de aprofundar os conhecimentos sem precisar eliminar. Mas o problema encontra-se aqui: dados do IBGE indicam que em 10 anos, houve um aumento de 14%, levando a um número de 19% dos jovens entre 14-16 anos desistindo dos estudos para trabalhar. Ou seja, já temos uma evasão por necessidade de trabalho bem alta, com o aumento da carga horária, alunos que conseguiam manter trabalho e estudo passarão a ter mais dificuldade, aumentando este número exponencialmente. Em suma, temos uma Reforma que, além de muito rejeitada pela população, só funciona na teoria e não buscou o contexto social para decidir o que seria mais adequado. O governo federal deve investir mais em pesquisas e abrir plebiscitos para atender à demanda dos alunos e educadores. E também começar a resolver o problema pela sua estrutura básica, que incluem: a formação adequada e valorização dos professores formados com licenciatura e; condições estruturais das escolas, adequadas à realidade de cada local, mas garantindo condições seguras e igualitárias. O MEC deve manter as 13 disciplinas obrigatórias e ofertar o conteúdo a mais para alunos que desejam o conhecimento, garantindo assim que o estudante brasileiro tenha a escolha de uma vida mais feliz, obtida através do conhecimento, como defendia Aristóteles.