A semana de 22 foi um período modernista de quebra de padrões artísticos no Brasil, e levou a discussão para época sobre o que realmente é arte. No contexto pós-moderno, tal discussão ainda é vigente em práticas como o picho nas grandes metrópoles. Dessa forma, o picho deve ser visto como uma ambivalência entre o crime e a arte, por apresentar características de ambos. Em primeiro lugar, o conceito de arte deve ser entendido para entender o picho. Arte é tudo aquilo que transmite uma mensagem e/ou emoção através dos sentidos. Logo, apesar do viés criminoso, o picho se enquadra nesses parâmetros, e deve ser visto como arte. De maneira análoga, o picho pode ser comparado as diversas manifestações culturais do período da ditadura militar, que foram rebaixadas artisticamente por terem relação a atos criminosos para a época. Apesar de seu tom artístico, o picho também se quadra no crime, uma vez que desrespeita a propriedade privada. Devido a esse lamentável fato, a sociedade costuma julgar o picho como sendo uma manifestação não artística, já que possui relação com o crime. Porém, o fato de ser crime ou não e ser arte ou não são independentes entre si. Apesar disso, é inegável que o picho trás diversas consequências negativas para o meio urbano, como a poluição visual e a violação de construções públicas. Torna-se evidente, portanto, que o picho transita entre o crime e a arte. É imperioso, nesse sentido, um controle por parte do estado em relação às consequências negativas da pichação, através de penas legais mais severas. Além disso, empresas de construção privadas devem realizar obras para a criação de " murais de pedra" em parques, por exemplo. Dessa forma, será criado um espaço de expressão artística sem a violação de propriedades.