Título da redação:

Paredes que gritam

Tema de redação: A questão da Pichação – arte ou crime?

Redação enviada em 06/04/2017

Muito se tem discutido, recentemente, acerca da pichação na sociedade brasileira. Entretanto, o tema não é uma invenção atual, desde a época da Pedra Lascada o homem exerce essa atividade de transgredir, deixar uma marca ou ideia nas paredes de cavernas. Outros, porém, julgam essa prática como crime já que quando feita sem autorização pode até mesmo destruir patrimônios nacionais. É preciso que se estabeleça a diferença entre quando se trata de um meio de arte como liberdade de expressão e quando não respeitam os locais para se expressarem. No Brasil, é sancionado por lei que a prática de pichação quando autorizada não constitui crime, mas a maior parte dessa manifestação é feita contra a lei. Isso se deve ao fato de ser na maioria das vezes uma ação contra o sistema, que busca promover uma reflexão na sociedade. Estudos mostram que a maioria dos jovens que praticam vieram da periferia, é uma forma de buscar o reconhecimento social, destruindo patrimônios e arriscando suas vidas, de modo que chame a atenção. É preciso que esses jovens tenham suas ideias reconhecidas e valorizadas, desde que respeitam os lugares que não possuem autorização. O primeiro registro de pichação como arte no Brasil foi o emblemático "abaixo a ditadura", desde lá. artistas lutam pelo reconhecimento do picho na sociedade. Como diz Marisa Monte em sua música "gentileza": "Nós que passamos apressados pelas ruas da cidade, merecemos ler as letras e as palavras de gentileza", a canção faz referência às obras do Profeta Gentileza , que teve suas pichações pintadas de cinza pelo departamento de limpeza pública do Rio De Janeiro, logo após suas pinturas foram restauradas e tombadas como patrimônio cultural. No que se refere aos dias de hoje, a luta ainda é presente, revelando assim a necessária valorização da arte nacional. Dessa forma, medidas são necessárias para resolver o impasse, é dever do Ministério da Educação criar oficinas ministradas por artistas que praticam o picho em escolas, assim o jovem teria seu próprio espaço para praticar e se expressar. Além disso, o Ministério da Cultura deve atuar com os artistas promovendo a valorização dessa arte, para isso, devem ser criadas exposições em paredes de lugares movimentados, destacando também as obras dos jovens da periferia e atuar em conjunto com a mídia para a divulgação desses espaços e incentivo aos cidadãos para autorizarem à prática da pichação em suas propriedades por meio de propagandas e redes sociais.