Título da redação:

O grito da periferia

Proposta: A questão da Pichação – arte ou crime?

Redação enviada em 15/04/2017

A partir do século XX a arte dividiu-se em dois grades movimentos: arte moderna e arte contemporânea. A arte contemporânea rompe com os padrões designados pelo academicismo, assim, tem-se demonstrações artísticas mais relacionadas com o que o próprio artista sente, do que com o que o espectador entende. Sendo assim, a arte passa a ser algo mais subjetivo. A pichação, pode ser considerada arte devido ao fato de que é também uma forma de expressão. A arte é inerente a condição humana, ela existe desde que o homem existe e muito antes dele ser considerado “sapiens”. As pinturas rupestres foram as primeiras formas de expressão e comunicação conhecidas pelos homens das cavernas. Por isso, a pichação pode ser considerada uma expressão artística – dentro do grafite, ou uma “manifestação solitária”. É o “grito” da periferia, e por isso as pessoas tendem a marginaliza-la. As classes mais altas acreditam que tudo o que vem de classes menos abastadas é ruim, por isso a pichação é vista como algo que empobrece a estética da cidade, esquecendo-se que a pichação já faz parte da estética urbana. Essa questão é retratada com riqueza e profundidade na série The Get Down, protagonizada por cinco meninos negros e pobres, do sul do Bronx no Estados Unidos. A vida deles é completamente marginalizada, porém eles encontram refúgio em dois movimentos artísticos: o Rap e a Pichação. Dois movimentos completamente descriminados no Brasil, por terem suas raízes na periferia. A realidade é que assim como no rap, a pichação, ou escrita do grafite, são a exposição de pensamentos políticos, ideológicos e sociais do que a população sente e vive todos os dias. Sendo assim, é importante que haja a descriminalização da pichação na constituição federal, tendo em vista que negar essa forma de expressão é também oprimir ainda mais as classes menos favorecidas. É tolher o direto à liberdade de expressão da população. Faz-se de interesse público que o Ministério da Educação e da Cultura, MEC, incentive e promova o ensino artísticos nas escolas, levando em consideração que a arte é uma forma de expressão e traz benéficos ao desenvolvimento psíquico, intelectual e crítico das crianças. A fim de que não ocorram mais esse tipo de falta e opressão contra a população.