Desde o período Paleolítico, com as pinturas rupestres, o ser humano busca se expressar através de imagens, externalizando nelas suas crenças e modo de vida. Contudo ao olharmos para o Brasil atual, encontramos outras formas de pronunciar-se, entre elas, a pichação. Entretanto, esse discurso visual, devido ao lugares e ao modo como é feito, torna-se crime e não arte. Primeiramente, a pichação fere o direito à propriedade privada. Cada pessoa tem autonomia sobre seus bens, fazendo com eles o que julga adequado para si. Devido a isso, o fato de alguém pintar a faixada de uma casa, de uma igreja, seus muros, telhados ou janelas, sem autorização dos donos, constitui-se infração. Somado a isso, o pressuposto de que pichação é arte contraria o fato de que a mesma não deve ser imposta e sim, receber apreciação de quem por ela se interessa. Pois, devido ao próprio caráter subjetivo das manifestações artísticas elas são apreciadas por pessoas diferentes e de formas diferentes. Isso faz com que espalhar pela cidade frases, letras e desenhos como ‘’ forma de arte’’ seja impor a quem passa a aceitação dos mesmos. A diminuição da incidência desse crime, portanto, depende de ações conjuntas. Inicialmente, a Secretaria de Direitos Humanos e a Policia Civil de cada Estado devem fazer um levantamento, entre os infratores, dos motivos que os levam a isso. Em seguida, as prefeituras devem criar centros de debate político, para jovens que picham como protesto e ateliês para aqueles que picham em busca de arte, sendo estes, abertos para exposição.