Pichar é o ato de escrever em muros. Essa ação teve sua origem na Itália, onde era utilizada como forma de expressão poética e politica, além de servir para realização de anúncios de eventos, e ao longo da história foi praticado como forma de protesto para reivindicação de diretos, como na revolta Estudantil de 1968 na França. No Brasil, praticada principalmente por estudantes, a pichação foi inicialmente usada com forma de protesto contra o governo durante a ditadura militar. Frases opositoras ao regime eram pichadas em muros em dias de manifestações. Em uma época de repressão era severa, sobretudo com a implantação do Ato Institucional n° 5, AI 5, qualquer forma de expressão contra o governo era duramente reprimida, pichar era considerado vandalismo, e essa imagem permanece até hoje. A lei brasileira prevê detenção de três meses a um ano, com multa, para pessoas que pratiquem a pichação em muros, sem consentimento do dono ou órgão responsável pela propriedade. Em janeiro deste ano o prefeito do Rio de Janeiro mandou pintar de cinza uma parede da avenida 23 de maio, ação vista por muitos com uma “guerra” contra os pichadores, reforçando a noção de ser tratar de uma manifestação depreciadora e não artística. Todos os dias diversos jovens, de diferentes classes sociais arriscam suas vidas subindo em prédio e muros altos, em busca de deixar sua marca, para essas pessoas pichar é uma forma de arte e expressão pacifica contra as injustiças da sociedade. Existem em nosso país diversos projetos que buscam integrar a sociedade adolescentes de comunidades carentes, através do dessa arte, na tentativa de diminuir o vandalismo e fornecer uma fuga da criminalidade presente nestes locais. Ao invés de reprimir, o governo deveria incentivar esses programas, ajudando a difundir conhecimento a respeito desta prática a fim de se acabar com os preconceitos existentes.