Título da redação:

“Proletários de todo o mundo, uni-vos!”

Tema de redação: A questão da jornada de trabalho no Brasil - aumentar ou reduzir?

Redação enviada em 07/08/2016

“Proletários de todo o mundo, uni-vos!”, o excerto do “Manifesto Comunista”, de Karl Marx e Friedrich Engels, designa a luta de classes, emergente substancialmente das indústrias. A questão da jornada de trabalho no Brasil perpetua-se desde a instauração da República, sendo que a transfiguração do modelo econômico agropecuário para o industrial é perceptível até os dias contemporâneos. A eclosão da Greve Geral de 1917, no início do século XX, demonstrara os primórdios da luta dos trabalhadores, no Brasil, por melhores condições de trabalho dentro das fábricas – dentre as reivindicações, a redução da jornada de trabalho. No Brasil hodierno, apesar da conquista dessa reinvindicação, a luta pela melhoria nas condições de trabalho é intensificada devido a um novo fator: a globalização. Diante disso, nota-se que as conexões estabelecidas entre os núcleos urbanos, por intermédio das mídias modernas, possibilitam a comparação entre divergentes sociedades e seus respectivos modos de produção. Nesse contexto, ascende o anseio de uma nova reforma para o proletário brasileiro. Em comparação com a França, o Brasil tem nove horas a mais na jornada de trabalho – sendo evidente, ainda, a disparidade absurda entre os salários mínimos: R$3618,00 a mais na França, em 2015, segundo o Banco Central. Embasado nisso, é perceptível a necessidade de transformação nas características da rotina do trabalhador brasileiro, no entanto, o pontapé de uma nova reforma não será através do Estado, visto que este se apresenta ineficiente no entendimento das questões sociais – a frase de Washington Luís, presidente vigente no final da década de 20, exemplifica essa peculiaridade do Estado brasileiro: “para mim, questão social é caso de polícia”. Por conseguinte, a desunião dos trabalhadores se estende até o contexto contemporâneo em virtude da repressão à flexibilidade e autonomia dos sindicatos – ainda que houvera episódios, como a Greve Geral de 1917, esses não foram constantes ao longo das décadas. Destarte, é imprescindível que haja, primordialmente, uma manifestação geral dos trabalhadores brasileiros a fim de representarem sua legítima vontade, não “terceirizando” a luta pelos direitos para os sindicatos, isto é, a apatia política não pode se estender nesse anseio por uma nova reforma; através da internet, o proletário deve se organizar em grandes contingentes e ocuparem as ruas para a reivindicação da flexibilização da jornada de trabalho em decorrência do salário mínimo: o aumento proveniente do salário deve comandar o aumento das horas na jornada, e não ao contrário. Em segundo plano, os parlamentares, conscientes de um possível caos na estrutura industrial-comercial decorrente da ascensão de uma nova Greve Geral, deve se programar para atender às exigências dos trabalhadores. Dessa forma, a coalizão do proletário, descrita na obra de Marx, será concretizada por meio da aderência dos empregados brasileiros à causa.