A questão da jornada de trabalho tem sido um alvo de constantes discussões no Brasil. O presidente do CNI(Confederação Nacional da Indústria), Robson Andrade, defende o aumento da carga horária de 44 para 80 horas, citando como exemplo a reforma trabalhista francesa. Contudo, a redução da jornada de trabalho, além de beneficiar o trabalhador pela diminuição do ritmo intenso de atividades diárias, também poderá trazer vantagens para as empresas. Em primeiro lugar, a diminuição do tempo de trabalho auxilia na redução do desemprego, na medida em que mais trabalhadores serão necessários para a realização dos serviços. Se há queda no número de desempregados, mais pessoas poderão consumir mais produtos, aumentando a venda dos empresários. Segundo o IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o desemprego entre dezembro de 2016 e fevereiro de 2017 bateu novo recorde, chegando a 13,2%, o que reforça a necessidade de atitudes que visem o aumento da oferta de trabalho. Em segundo lugar, em função das jornadas que são muitas vezes extensas e imprevisíveis, os trabalhadores têm ficado cada vez mais doentes. Estresse, depressão, hipertensão e lesões por esforços repetitivos são alguns exemplos de doenças que atingem os empregados. Se o horário de trabalho é respeitado e menos empregados ficam doentes, maiores serão os seus rendimentos. De acordo com um relatório da OMS(Organização Mundial de Saúde) em 2017, o Brasil está em primeiro lugar no ranking latino-americano de depressão e em quinta posição mundial, indicando a necessidade de providências que modifiquem esses resultados. Portanto, é preciso que o governo, os empresários e os trabalhadores cheguem a um acordo que respeite tanto as empresas quanto os empregados. Os trabalhadores devem realizar manifestações de modo a defender suas opiniões. O governo, através do Ministério do Trabalho e Emprego, pode realizar campanhas e analisar as opiniões dos sindicatos dos trabalhadores para elaborar normas e metas que auxiliem nas decisões das empresas, impedindo também que estas modifiquem as horas de trabalho sem que antes sejam verificadas as consequências para a população.