A partir da Revolução Industrial, que propiciou o êxodo rural – tendo saturação de pessoas ao redor das fábricas -, os artesãos que antes conheciam todas as etapas de suas produções, passaram a realizar apenas uma destas, justamente para haver essa relação de dependência do trabalhador com a fábrica, evitando que este pudesse produzir sozinho. Começaram também as produções em massa, em que muito se era produzido para vender o suficiente e obter lucro; com isso, o homem passou a trabalhar ainda mais sendo submetido a cargas de trabalho exaustivas e extensas, que não se adequavam aos salários ínfimos. É perceptível que características do trabalho moderno perduram até a nossa sociedade contemporânea, em que a exploração trabalhista ocorre em diversos setores sociais, não obstante ser sorrateiramente para dar a ilusão de igualdade entre classes sociais. As jornadas extensas continuam, bem como salários que não condizem com estas; o trabalhador é sujeito a trabalhar em atividades repetidamente, causando problemas de postura e possível dor nas juntas; além disso, o tempo livre que lhe sobra visando o uso para lazer, é substituído pelo descanso que necessita; este sistema proporcionou uma realidade consumista, no qual procura-se trabalhar ainda mais para sustentar sua família, mormente em crises como a que vivenciamos, inviabilizando um contato íntimo com aqueles que o cercam. Para tanto, a fim de solidificar a sociedade atual, deturpando o sistema obsoleto que se encontra em evidência e caracterizado pelo consumismo exacerbado, é importante que medidas de alto teor resolutivo sejam implantadas. As empresas em parceria com fisioterapeutas deveriam propiciar um momento de descanso e relaxamento, bem como em parcerias público-privadas melhorar as circunstâncias do local de trabalho, visando a adequação necessária para diminuição das condições insalubres e adoecimento dos trabalhadores em razão dos riscos ergonômicos. A fiscalização destas empresas por auditores fiscais deve ser intensificada, considerando medidas punitivas àquelas que não seguirem a rigor leis e acordos trabalhistas; a opção de redução de cargas horárias extensas torna-se viável tanto para melhora da produtividade quanto diminuição de faltas também, já que segundo Martin Luther King, “toda hora é hora de fazer o certo” e, mudanças conspícuas podem ser feitas agora para chegar a uma sociedade utópica que ansiamos.